Negociações sobre programa nuclear do Irã foram "reabertas", afirma chefe da diplomacia da UE

As negociações sobre o programa nuclear iraniano foram "reabertas" - disse nesta sexta-feira (12) o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell.

"As negociações estavam em ponto morto e foram reabertas", declarou Borrell, em Wangels, norte da Alemanha, onde participa de uma reunião dos ministros das Relações Exteriores do G7.

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Borrell fez referência ao resultado do encontro de quinta-feira (12) entre o coordenador da UE para as negociações sobre o programa nuclear iraniano, Enrique Mora, e o principal negociador de Teerã, Ali Bagheri, parte da tentativa de se relançar o Acordo de Viena de 2015.

"Avalio esta reunião no Irã de maneira muito positiva. As negociações estavam bloqueadas há dois meses por divergências sobre a Guarda Revolucionária", explicou Borrell.

"Este tipo de coisa não pode ser resolvido da noite para o dia. Digamos que as coisas estavam bloqueadas e foram desbloqueadas", acrescentou.

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, relatou que a visita do negociador europeu se concentrou em "iniciativas" para resolver as questões pendentes.

"Um acordo bom e confiável é possível, se os Estados Unidos tomarem a decisão política e cumprirem seus compromissos", tuitou, acrescentando que "os contatos continuarão".

Já o governo americano considerou que um compromisso com o Irã para salvar o acordo "está longe de ser algo dado como certo", apesar do otimismo expresso mais cedo por Borrell, na esteira da missão do negociador do bloco em Teerã.

Um porta-voz do Departamento de Estado expressou manifestou seu apreço pela missão do enviado europeu Enrique Mora, mas frisou: "Dito isso, neste momento, um acordo está longe de ser algo dado como certo".

"O Irã deve decidir se insistirá em pôr condições que nada têm a ver" com a questão nuclear, "ou se quer concluir um acordo rapidamente, o que, acreditamos, seria do interesse de todas as partes", comentou a mesma fonte.

"Nós e nossos parceiros estamos prontos, e estamos (prontos) há algum tempo. Agora depende do Irã", completou.

Há um ano, o Irã participa de negociações diretas com as grandes potências para a retomada do acordo concluído em 2015 sobre seu programa nuclear, mas as discussões estagnaram em março. O objetivo das conversas é convencer o governo americano a se reintegrar ao pacto, do qual se retirou em 2018.

Entre os principais obstáculos, está o pedido do Irã para a retirada da Guarda Revolucionária, o Exército ideológico do país, da lista americana de "organizações terroristas estrangeiras". O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não parece disposto a ceder a esta exigência.

dac/ilp/mar/pc/fp/tt

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UE Irã diplomacia energia nuclear

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