Os números da violência carcerária na América Latina

O motim que deixou pelo menos 44 mortos no Equador no último domingo (8) é parte de uma longa série de episódios de violência nas prisões frequentemente superlotadas da América Latina.

Confira a seguir uma revisão dos distúrbios e confrontos mais mortais entre quadrilhas rivais nas prisões latino-americanas desde 2016.

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Em 9 de maio, no Equador, pelo menos 44 presos morreram em confrontos entre quadrilhas rivais na prisão Bellavista, em Santo Domingo de los Tsachilas (a cerca de 80 km de Quito). Outros cem detentos conseguiram escapar.

Os confrontos nas prisões equatorianas são recorrentes e quase 394 detentos morreram desde fevereiro de 2021.

As autoridades atribuem os distúrbios às rivalidades entre gangues, especialmente traficantes de drogas, que disputam o controle das prisões.

Em 23 de fevereiro, tumultos eclodiram simultaneamente em várias prisões no Equador, com um total de 79 mortes: 37 em duas prisões em Guayaquil (sudeste), 34 em uma prisão em Cuenca (sul) e oito em Latacunga (centro). Esses centros concentram 70% da população carcerária do país.

Em 28 de setembro, um massacre entre gangues rivais em uma prisão de Guayaquil deixou pelo menos 119 mortos e 80 feridos.

Na madrugada de 12 para 13 de novembro, 62 detentos, também Guayaquil, morreram em um novo confronto.

Na Venezuela, em 1º de maio, um motim na prisão de Los Llanos, em Guanare, deixou pelo menos 47 mortos e 75 feridos. Segundo o representante de Estado correspondente, um grupo de presos se levantou para protestar contra a falta de alimentos.

No Brasil, em 29 de julho, membros de uma quadrilha de traficantes de drogas invadiram uma área reservada a uma quadrilha rival e provocaram um dos piores banhos de sangue da história das prisões brasileiras.

Esse confronto em Altamira, no Pará, em plena selva amazônica, deixou 57 vítimas - 16 foram decapitadas, mas a maioria morreu asfixiada.

Na Venezuela, em 28 de março, 66 presos e duas mulheres que foram visitar os presos morreram nas celas da delegacia de Valência durante um incêndio.

Segundo uma ONG, o fogo foi ateado pelos detentos para forçar os guardas a abrir as celas e permitir que eles escapassem. Os bombeiros tiveram que abrir um buraco na parte de trás do prédio para que os detidos pudessem sair.

Em 1º de janeiro, no Brasil, em um presídio de Manaus, confrontos entre integrantes de duas organizações criminosas eclodiram, em um contexto de disputa pelo controle do tráfico de drogas.

Cinquenta e seis pessoas foram mortas, muitas delas decapitadas.

O motim, no qual 12 guardas foram feitos reféns, durou 17 horas.

Cinco dias depois, ainda no Brasil, pelo menos 33 presos foram assassinados em um presídio do estado de Roraima. Assim como em Manaus, as vítimas foram decapitadas, estripadas e desmembradas.

Em 16 de agosto, na Venezuela, um motim no centro de detenção judicial de Puerto Ayacucho (estado do Amazonas) deixou pelo menos 37 mortos e 18 feridos.

Em 11 de fevereiro, no México, confrontos entre clãs rivais do mesmo cartel deixaram 49 mortos em uma prisão superlotada em Monterrey.

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Equador crime violencia prisão narcotráfico

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