Polêmica faz The New York Times tirar palavra 'feto' de solução do jogo Wordle

O jornal The New York Times alterou às pressas a resposta desta segunda-feira (9) de seu jogo Wordle porque se tratava da palavra "feto", polêmica devido à ameaça sobre o direito ao aborto nos Estados Unidos, em avaliação na Suprema Corte.

Nesta segunda, entre os milhões de jogadores diários do Wordle, "alguns puderam ver uma solução obsoleta que parece estreitamente relacionada com um fato importante da atualidade recente. É completamente involuntário e é uma coincidência", escreveu a diretora editorial da seção de jogos do prestigioso jornal, Everdeen Mason.

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Sem citar a palavra "feto" - fetus em inglês - Mason informou que as cinco letras foram geradas e gravadas "no ano passado" antes de que vazasse na semana passada um esboço de solução da Suprema Corte, que se for adotado tal como foi redigido, fará os Estados Unidos recuarem 50 anos e deixariam nas mãos de cada estado a legislação sobre o aborto em seu território.

"Na seção de jogos do New York Times, levamos a sério nossa função de espaço de lazer e descontração, e queremos que o Wordle permaneça afastado das notícias da atualidade", acrescentou Everdeen Mason.

No entanto, "quando descobrimos na semana passada" que "esta palavra em particular era a solução do dia, era tarde demais para modificá-la".

"Queremos informar que é algo muito pouco habitual", insistiu o jornal, que em meados de fevereiro anunciou ter limpado o Wordle de palavras "ofensivas e grosseiras".

O The New York Times, que conta com uma das maiores redações do mundo, busca há anos se diversificar para atrair assinantes e comprou em janeiro por milhões de dólares este jogo que virou um grande sucesso.

Nas redes sociais, alguns internautas compartilhavam as duas soluções do dia, "feto" e outra palavra muito mais inofensiva. Alguns chegaram a se mostrar envergonhados pela preocupação extrema adotada pelo jornal, de orientação de centro esquerda.

O comitê editorial do The New York Times, que reúne jornalistas de opinião, posicionou-se na semana passada a favor do aborto em um editorial intitulado "Os Estados Unidos não estão prontos para o fim de Roe versus Wade", nome da histórica sentença que autoriza a prática desde 1973.

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