Começa julgamento contra jornalista colaborador de Guaidó na Venezuela
Um julgamento por conspiração e terrorismo contra o jornalista Roland Carreño, colaborador do dirigente opositor venezuelano Juan Guaidó, começou nesta segunda-feira (9) em um tribunal de Caracas, 18 meses após sua detenção.
"Já fizemos a abertura do julgamento e foram confirmadas as acusações: conspiração, tráfico ilegal de armas de guerra, associação para delinquir e financiamento ao terrorismo, e a continuação é para 17 de maio", disse à AFP Joel García, um dos advogados de Carreño, que era coordenador operacional do partido político Vontade Popular, no qual militava Guaidó.
Seja assinante O POVO+
Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.
AssineCarreño se mostrou "muito íntegro em seu discurso, bastante coerente, fortalecido com sua inocência e se encontra bastante bem de saúde", indicou García. "Falou sobre sua trajetória profissional, que entrou na política com o entusiasmo de mudar a Venezuela, que os meses na prisão fizeram ele refletir sobre uma Venezuela melhor".
A defesa de Carreño denunciou o atraso processual contra este conhecido ex-apresentador de televisão, que foi detido em meados de outubro de 2020.
"Há muito tempo deveríamos ter começado o julgamento", continuou o advogado, que ressaltou que a audiência desta segunda-feira deveria ter sido realizada há exatamente uma semana, mas seu cliente nunca foi levado ao tribunal.
Depois de sua prisão em 2020, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) disse que Carreño atuava como "operador financeiro para executar planos conspiratórios e terroristas" contra o governo do presidente Nicolás Maduro, cuja legitimidade é questionada por Guaidó e vários países como os Estados Unidos.
Carreño foi detido junto com outros dois ativistas do Vontade Popular, Yeferson Sarcos e Elías Rodríguez, que foram liberados horas depois.
A legislação venezuelana contempla que o delito de "financiamento ao terrorismo" pode render penas de prisão de 15 a 25 anos.
Carreño permanece detido no Helicoide, sede dos serviço de inteligência situado na capital, onde se encontra a maioria dos presos por motivos políticos.
Seu caso foi destacado por uma missão da ONU que denunciou possíveis crimes de lesa-humanidade por parte do governo de Maduro.
ba/jt/atm/rpr/mvv