Um em cada cinco répteis no mundo está ameaçado de extinção, diz estudo

Um em cada cinco répteis no mundo está ameaçado de extinção, revelou nesta quarta-feira (27) um estudo publicado na revista Nature, que se baseia na observação de 10.000 espécies de tartarugas, crocodilos, lagartixas ou serpentes.

O estudo publicado é uma avaliação global do risco de extinção dos répteis realizado durante "mais de 15 anos" e assinado por mais de 50 autores, explicaram três deles em uma coletiva de imprensa.

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As espécies "ameaçadas" são classificadas em três categorias: "vulnerável", "em perigo" ou "em risco crítico", segundo os níveis da lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), uma das principais ONGs neste campo.

No entanto, este relatório destaca que os répteis estão proporcionalmente menos ameaçados que os mamíferos ou os anfíbios, embora mais do que os pássaros.

Este estudo também mostra que os esforços de proteção de outras espécies beneficiam também os répteis, que "merecem a mesma atenção", segundo Bruce Young, zoólogo chefe da ONG NatureServe e coautor do artigo da Nature.

Algumas regiões estão mais expostas do que outras, como o sudeste da Ásia, o oeste da África, o norte de Madagascar, o norte dos Andes, o Caribe. Também estão mais ameaçados os répteis que vivem em florestas, cerca de 30%, contra apenas 14% dos que vivem em zonas áridas.

"A perda do hábitat (...) continua sendo a principal ameaça", destaca Neil Cox, do UICN.

De todas as espécies estudadas, as tartarugas e os crocodilos são as mais afetadas, vítimas da superexploração e a caça.

Outro exemplo seria a icônica cobra-real, que se espalhava pela Índia e o sudeste asiático. "Achávamos que estava em declínio, mas agora está classificada como vulnerável", diz Cox, já que a exploração das florestas e a conversão das terras agrícolas afetam seu hábitat.

As mudanças climáticas poderiam afetar diretamente "10% a 11% dos répteis", avalia Bruce Young, embora seja provável que o estudo subestime este número, já que os impactos serão sentidos no longo prazo, mas os critérios do UICN se referem a mudanças imediatas.

Os répteis "são criaturas fascinantes, que cumprem uma função indispensável nos ecossistemas do planeta", afirmou um dos autores do artigo, Sean O'Brien, presidente da NatureServe.

Por isso são necessárias medidas "urgentes e precisas" para proteger as espécies mais ameaçadas, afirmam os autores do estudo, "sobretudo os lagartos endêmicos, ameaçados pela introdução de predadores, e aqueles mais diretamente afetados pela ação humana".

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