Líder norte-coreano defende "fortalecer e desenvolver" armas nucleares

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, disse que fortalecerá e desenvolverá o armamento nuclear de seu país durante um longo discurso em um desfile militar em Pyongyang, informou a imprensa estatal nesta terça-feira (26).

"Vamos continuar dando passos para fortalecer nossas capacidades nucleares a um ritmo mais rápido", afirmou Kim, de acordo com a agência estatal KCNA.

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O discurso aconteceu na segunda-feira à noite, durante um desfile para celebrar os 90 anos da fundação do Exército Revolucionário do Povo Coreano, na Praça Kim Il Sung de Pyongyang.

A Coreia do Norte enfrenta duras sanções internacionais por seu programa de armas nucleares e as negociações para convencer Kim a desistir dos testes não deram resultados.

Kim declarou na segunda-feira que as armas nucleares do país são "um símbolo de poder nacional" e devem ser diversificadas.

"Para antecipar a turbulenta situação política e militar e todos os tipos de crises futuras... aumentaremos nossa força nuclear na maior velocidade possível", insistiu.

Apenas este ano, Pyongyang executou mais de 10 testes de armas, incluindo o primeiro míssil balístico internacional lançado a plena capacidade desde 2017.

Coreia do Norte teria aceitado a suspensão dos testes de mísseis nucleares e de longo alcance como parte da tentativa de negociação de Kim com o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que fracassou em 2019 e está paralisada desde então.

Após a retomada dos testes de armas no fim de 2021 e em particular este ano, Estados Unidos e Coreia do Sul alertaram para uma possível retomada do programa nuclear de Pyongyang.

Os temores aumentaram após a divulgação de imagens de satélite que mostraram sinais de atividades na instalação nuclear de Punggye-ri, que a Coreia do Norte afirmou ter destruído antes do primeiro encontro de cúpula entre Kim e Trump em 2018.

A agência KCNA informou que Kim supervisionou um enorme desfile militar na segunda-feira, com paraquedistas, milhares de soldados marchando e a exibição de armas.

Em seu discurso, o líder comunista destacou que o papel principal das armas nucleares é a dissuasão, mas que podem ser utilizadas caso os "interesses fundamentais" do país sejam atacados.

"Se qualquer força tentar usurpar os interesses de nosso país nossa força nuclear não terá outra escolha a não ser executar sua segunda missão", disse.

A KCNA afirmou que o desfile exibiu a peça mais moderna do arsenal do Norte, o míssil balístico intercontinental (ICBM) Hwasong-17, que Pyongyang anunciou ter testado com êxito em 24 de março.

"Os espectadores celebraram com entusiasmo, emocionados de ver o ICBM Hwasong-17 que subiu ao céu em 24 e março para demonstrar ao mundo o poder absoluto e a posição estratégica de nossa república", destacou a agência.

Na data, a imprensa estatal elogiou o lançamento "milagroso" do que se supostamente era o Hwasong-17, publicando fotos e vídeos de Kim supervisionando o teste.

Mas analistas apontaram discrepâncias nas informações de Pyongyang. Washington e Seul suspeitam que o regime comunista disparou na realidade um Hwasong-15, um míssil menos avançado já testado em 2017.

A Coreia do Norte organiza desfiles militares para celebrar datas e eventos importantes, em uma tentativa de demonstrar força e que que serve a observadores externos para obter pistas sobre os últimos avanços do país no setor armamentista.

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