Novo encontro do papa com patriarca Cirilo em 2022 é cancelado
Um segundo encontro entre o papa Francisco e o patriarca Cirilo previsto para meados de 2022 em Jerusalém teve de ser cancelado - anunciou o sumo pontífice em entrevista publicada nesta sexta-feira (22) pelo jornal argentino La Nación.
Francisco observou que a relação com o patriarca é "muito boa" e lamentou que o Vaticano "tenha tido de suspender uma segunda reunião, que havíamos programado para junho, em Jerusalém".
É + que streaming. É arte, cultura e história.
"Mas nossa diplomacia entendeu que uma reunião dos dois neste momento poderia levar a muita confusão", justificou o papa.
Francisco e Cirilo se encontraram, pela primeira vez, em 2016, em Cuba. Em meio a sua viagem ao México, o papa fez uma escala de três horas no aeroporto de Havana para se reunir com Cirilo, que visitava a ilha.
"Sempre promovi o diálogo inter-religioso. Quando era arcebispo de Buenos Aires, juntei cristãos, judeus e muçulmanos em um diálogo frutífero. Foi uma das iniciativas de que mais me orgulho. É a mesma política que promovo no Vaticano", disse Francisco na entrevista.
O diálogo com os ortodoxos, que se separaram da Igreja Católica em 1054 durante o grande cisma entre Oriente e Ocidente, é uma das prioridades do pontificado de Francisco.
Em meados de março, o papa e o patriarca conversaram sobre o conflito na Ucrânia e desejaram uma "paz justa", segundo um comunicado do patriarcado de Moscou.
Sobre o conflito bélico, o papa disse que "toda guerra é anacrônica neste mundo e nesta etapa da civilização".
"Por isso, também beijei publicamente a bandeira ucraniana. Foi um gesto de solidariedade para com seus mortos, suas famílias e com os que sofrem a emigração", explicou.
Perguntado sobre por que não foi a Kiev, Francisco respondeu: "Não posso fazer nada que ponha em risco objetivos maiores, que são o fim da guerra, uma trégua, ou, pelo menos, um corredor humanitário. De que serviria o papa ter ido a Kiev se a guerra continuasse no dia seguinte?".
nn/yow/tt