Guerra deve encolher PIB da Ucrânia em 45%

Autor DW Tipo Notícia

Destruição em Mariupol. Dependente de exportações agrícolas, Ucrânia vive catástrofe humanitáriaBanco Mundial aponta que metade dos negócios fecharam no país, que também sofre com sufocamento das importações e exportações em meio ao ataque russo. Já o PIB da Rússia deve encolher 11,2% por causa das sanções.A economia da Ucrânia deve registrar queda de 45,1% neste ano devido à invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro. Segundo informações divulgadas pelo Banco Mundial, a guerra levou ao fechamento de metade dos negócios, tem sufocado as importações e exportações, além de causar graves danos à infraestrutura do país. A previsão do Banco Mundial é de que a atual crise afete a Europa e a Ásia central de maneira duas vezes mais forte do que a estagnação causada pela pandemia de coronavírus, que começou oficialmente em março de 2020 e ainda está em andamento. Os dados são provenientes do relatório intitulado "Guerra na Região" (War in the Region). Além da Ucrânia, a pesquisa também foca na Europa Central e Oriental, nas ex-repúblicas soviéticas, nos países bálticos e na Turquia. Ao mesmo tempo em que a guerra atinge diversos países de ambos os continentes, o estudo aponta que a Rússia, devido às sanções impostas pelo Ocidente em represália à invasão à Ucrânia, deve sofrer uma grande recessão este ano, com previsão de encolhimento da economia em até 11,2%. As sanções fizeram com que o número de navios que desembarcam nos portos russos diminuísse quase pela metade desde o início da invasão, com consequências aos países vizinhos que dependem das exportações russas e ucranianas. Também foram registradas quedas nas remessas de dinheiro enviado para casa por trabalhadores que vivem no exterior. "Os impactos da guerra estão se alastrando por meio das ligações comerciais, financeiras e migratórias da região, resultando em danos econômicos às nações próximas", informa o relatório do Banco Mundial. No caso específico da Ucrânia, o país é um importante fornecedor global de produtos agrícolas. As exportações de trigo são um exemplo. A colheita foi interrompida, e o acesso ao Mar Negro, rota-chave para a saída de grande parte dos produtos, o que inclui 90% do embarque de grãos ucranianos, foi parcialmente fechado. Se Odessa, no sudoeste do país, também perder acesso, a crise pode ser ainda maior. "A guerra está causando um impacto devastador na vida humana e destruindo a economia em ambos os países [Ucrânia e Rússia]. Haverá significativas perdas econômicas na Europa, Ásia Central e também no resto do mundo", aponta o relatório. Previsão de crescimento da pobreza Países como Belarus, Quirguistão, Moldávia e Tajiquistão também devem sofrer com a recessão este ano. Ao mesmo tempo, as projeções de crescimento econômico para outros países foram cortadas devido aos efeitos da guerra. O Banco Mundial também alerta e reforça que a catástrofe humanitária, devido à onda de refugiados tanto dentro da Ucrânia quanto em fuga para países vizinhos, é o maior choque inicial do conflito. Até o momento, estima-se que em torno de 4,5 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia para nações como Polônia, Romênia, Hungria e Moldávia. Outras 6,5 milhões estão deslocadas dentro das fronteiras ucranianas. Esses números, segundo o Banco Mundial, devem aumentar à medida que a guerra prossiga. Anna Bjerde, vice-presidente do Banco Mundial para a Europa e Ásia Central, classifica o impacto econômico da guerra como "devastador". "Se você olhar para o ponto de vista econômico, estamos vendo um colapso na demanda doméstica, estamos vendo as empresas fecharem. Cerca de 50% das exportações na Ucrânia passam pelo Mar Negro, e isso, agora, é muito difícil. E o que também é importante ter em mente é que a guerra está ocorrendo justamente onde 50% do PIB da Ucrânia é produzido", afirmou Bjerde à DW. Devido aos efeitos do conflito, ela espera que a pobreza na Ucrânia aumente: "O país deu grandes passos em termos de redução da pobreza nas últimas décadas. Havia uma taxa de pobreza de cerca de 1,8% em 2021, mas agora estamos prevendo uma pobreza próxima a 20% em 2022, com outros 60% da população em risco", conclui. gb (DW, AP, ots)

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