Blinken impulsiona política migratória dos EUA com viagem ao Panamá

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, viajou nesta terça-feira (19) ao Panamá em uma nova tentativa diplomática de controlar a migração na América Latina, fonte de dor de cabeça recorrente, apesar do foco da política internacional permanecer na Ucrânia.

A viagem de dois dias do chefe da diplomacia, a primeira à América Latina este ano, acontece semanas antes de o governo do presidente Joe Biden encerrar as restrições pela pandemia que permitiram expulsar rapidamente os migrantes para o México.

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Blinken e o secretário de Segurança Interna dos Estados Unidos, Alejandro Mayorkas, se reunirão na quarta-feira (19) na Cidade do Panamá com homólogos de mais de 20 países das Américas para falar de cooperação na migração.

"Devemos contar com uma colaboração estreita com os governos de toda a região para realmente avançar na gestão da migração irregular e abordar as necessidades de proteção das pessoas mais vulneráveis" da região, disse Brian Nichols, chefe da diplomacia americana para as Américas.

As autoridades americanas detiveram mais de 221.000 pessoas na fronteira com o México em março, o número mais alto em apenas um mês em mais de duas décadas.

Cidadãos de El Salvador, Guatemala, Haiti e Honduras fogem da extrema pobreza, da violência desenfreada e dos desastres naturais agravados pela mudança climática.

Os Estados Unidos, no entanto estão longe de ser a única nação a viver tensões migratórias.

A crise econômica e política da Venezuela provocou um êxodo de mais de seis milhões de pessoas, sendo a vizinha Colômbia a que mais recebeu migrantes.

Nichols disse que as negociações do Panamá, precedidas por uma reunião regional semelhante na Colômbia em outubro do ano passado, têm como objetivo impulsionar o apoio às nações que recebem refugiados, inclusive por meio de instituições multinacionais.

Como a América Latina raramente é considerada um ponto crítico de segurança global, a comunidade internacional gasta mais de 10 vezes em cada refugiado da Síria em comparação com cada migrante venezuelano, segundo um estudo da Brookings Institution.

A atenção pode ser desviada ainda mais pela migração da Ucrânia, de onde mais de 4,9 milhões de pessoas fugiram desde que a Rússia invadiu o país em 24 de fevereiro.

"Haverá cada vez menos interesse da comunidade internacional em apoiar os migrantes no Hemisfério Ocidental enquanto tivermos uma grande crise migratória causada pela Rússia", disse Jason Marczak, especialista em América Latina do think tank Atlantic Council.

Marczak afirma que o governo Biden busca um plano regional para que "nenhum país fique sobrecarregado por um número maior de migrantes e que os países possam maximizar as oportunidades que os migrantes representam".

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