Presidente defende na ONU plano de 'Paz com Legalidade' na Colômbia

O presidente da Colômbia, Iván Duque, defendeu nesta terça-feira (12), no Conselho de Segurança da ONU, os avanços da reinserção de ex-combatentes das Farc e o desenvolvimento de áreas que, durante décadas, foram cenário da violência do conflito armado.

"A paz é um dever e um direito de cumprimento obrigatório", disse Duque, em sua primeira participação neste órgão da ONU, ao qual está vinculada a Missão de Verificação das Nações Unidas dos acordos de paz na Colômbia.

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Apesar da violência em algumas regiões, que atribuiu a guerrilhas como o Exército de Libertação Nacional (ELN), dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e traficantes de drogas, Duque defendeu o legado dos acordos de paz de 2016, que ele tanto criticou durante a campanha que o elegeu presidente e que tentou reformar no início de seu governo.

No total, cerca 6,6 milhões de pessoas que vivem nos 170 municípios dessas regiões se beneficiaram do programa "Paz com Legalidade", como Duque rebatizou o acordo, com um enfoque "integral".

"A paz com legalidade é uma realidade", afirmou, na tribuna do principal órgão de decisão da ONU, e garantiu que não se trata de "um tema político, eleitoral ou ideológico", mas de uma questão "coletiva" de todo o país.

Pouco antes, o chefe da Missão de Verificação da ONU na Colômbia, Carlos Ruiz Massieu, lembrou que os esforços para a consolidação da paz na Colômbia se devem, sobretudo, à "perseverança do Estado colombiano e das antigas FARC-EP", assim como o "apoio decidido da sociedade civil, das vítimas e das comunidades de todas as regiões".

Fazendo eco do último relatório trimestral do secretário-geral da ONU, António Guterres, apresentado no fim de março, Duque alertou para os desafios que ainda persistem, em particular, a "violência crescente em algumas regiões", que afeta especialmente as comunidades indígenas e afro-colombianas, assim como "persistir na implementação integral do Acordo".

No que tange a violência, lembrou que, no período que abrange o relatório do secretário-geral da ONU, foram assassinados 11 ex-combatentes, elevando o total para 315 desde a assinatura dos acordos.

- 'Melhor aliado na América Latina' -

Em 28 de março, outras 11 pessoas foram assassinadas em um incidente na cidade de Puerto Leguizamo, no departamento de Putumayo. As autoridades colombianas garantiram que o incidente foi uma operação das forças armadas contra grupos dissidentes das FARC-EP, mas testemunhas locais e organizações da sociedade civil asseguraram que civis foram mortos na ação, entre eles um líder indígena e um adolescente de 16 anos.

"Na Colômbia, não há inimigos da paz nas instituições: ela é um desejo de todos", frisou Duque.

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, assegurou, em outro ato promovido por Duque, que os Estados Unidos "não têm melhor aliado na América Latina do que a Colômbia", e garantiu que seu país continuará ao lado do governo e dos colombianos no caminho para "uma paz justa e prosperidade duradoura".

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