Presidente eleito sul-coreano recua e desiste de acabar com ministério da Igualdade de Gênero
A equipe do presidente eleito da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, desistiu da promessa de campanha de acabar com o ministério da Igualdade de Gênero, uma iniciativa muito criticada por grupos feministas.
Durante a campanha para a eleição de 9 de março, Yoon defendeu o fim do ministério e afirmou que as mulheres sul-coreanas "não sofrem uma discriminação sistemática de gênero", apesar das evidências da desigualdade em termos de salários, participação no mercado de trabalho ou representação na elite empresarial e política do país.
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Nesta quinta-feira, no entanto, a equipe de transição de governo anunciou que vai manter a pasta no momento.
"Decidimos que a composição do gabinete será baseada no atual sistema de governo", declarou à imprensa Ahn Cheol-soo, que coordena a equipe.
A equipe de transição anunciará o titular da pasta da Igualdade de Gênero, assim como os demais membros do governo, explicou Ahn.
Outro funcionário da equipe de transição, Choo Kyung-ho, afirmou que a promessa "ainda é válida", mas que foi adiada por "divergências de opiniões" sobre como reorganizar o governo.
Analistas advertiram que acabar com o ministério seria difícil porque exige a revisão da legislação no Parlamento, atualmente controlado pelos liberais.
Após a eleição, vencida por uma pequena margem, Yoon prometeu que cumpriria sua promessa e que, se isto não acontecesse, teria "mentido" a seus seguidores.
A opinião de Yoon mobilizou o eleitorado feminino contra o presidente eleito. Mais de 10.000 jovens sul-coreanas entraram para o esquerdista Partido Democrático, que deixará o poder em maio.
Linda Hasunuma, cientista política Universidade Temple, afirmou à AFP que o presidente eleito "ainda pode incitar sua base e frear a agenda de igualdade de gênero, além de estimular as divisões, medos e a desinformação sobre a igualdade das mulheres".
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