Em tom desafiador, Trump defende suas ações nos distúrbios do Capitólio
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu sua conduta durante a invasão do Congresso dos Estados Unidos em uma entrevista incendiária publicada nesta quinta-feira (7), dizendo que não se arrepende de ter chamado seus partidários republicanos que participaram dos distúrbios em Washington.
Trump (2017-2021) disse ao jornal The Washington Post que teria acompanhado seus apoiadores leais enquanto marchavam para o Capitólio, a sede legislativa dos EUA, mas foi impedido antes de chegar por sua equipe de segurança.
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"O Serviço Secreto me disse que eu não poderia ir. Eu teria ido lá em um minuto", garantiu ele na ampla entrevista, acrescentando que aquela foi a maior multidão com quem ele já falou.
Milhares de apoiadores do magnata republicano ultrapassaram os postos de controle da polícia e invadiram o Capitólio no ano passado, em um esforço para impedir a certificação legislativa da vitória eleitoral de seu sucessor e a transferência pacífica de poder depois que o democrata Joe Biden obteve uma vitória decisiva em 2020. Cinco pessoas morreram nos distúrbios, incluindo um policial.
Mas Trump não se arrependeu por incitar a multidão com alegações não comprovadas de que sua vitória foi roubada por meio de fraude generalizada, embora tenha sido claro ao condenar a violência que se seguiu ao comício dos apoiadores republicanos.
Trump se gabou repetidamente do tamanho "tremendo" da multidão em seu comício antes dos tumultos e negou sua retórica explosiva que agitou a multidão.
"Não sei o que isso significa, mas você vê muito poucas imagens. Eles não querem mostrar imagens, as 'fake news' (notícias falsas, como Trump chamava a mídia crítica, ndlr) não querem mostrar imagens", afirmou.
O ex-presidente defendeu seu longo silêncio durante os incidentes, transferindo a culpa para a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, embora ela não seja responsável pela vigilância no Capitólio e tenha sido alvo dos distúrbios.
O que aconteceu naquele 6 de janeiro é objeto de uma investigação minuciosa por uma comissão especial do Congresso e também pelo sistema de justiça.
Mais de 750 pessoas foram presas nesta investigação histórica, incluindo alguns líderes de grupos de extrema-direita. Para evitar o julgamento, mais de 200 réus se declararam culpados, dos quais cerca de 70 já foram sentenciados em um tribunal federal. A pena mais severa foi de cinco anos de prisão.
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