Oscar volta a Hollywood em festa que promete emocionar

O Oscar volta, com todo seu esplendor, a Hollywood, neste domingo (27), após dois anos de restrições pela pandemia, com uma festa que promete grandes emoções e uma ferrenha disputa entre os melhores do cinema.

Com doze indicações, o grande favorito é "Ataque dos cães" de Jane Campion, que também pode converter a neozelandesa na terceira mulher a ganhar um Oscar pela melhor direção.

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O western sombrio, que aborda a masculinidade tóxica no Oeste dos Estados Unidos dos anos 1920, também pode trazer para a Netflix a tão sonhada primeira estatueta dourada de melhor filme pra uma companhia de streaming.

Porém "No ritmo do coração", a comédia dramática que se centra no dilema da filha de pais surdos dividida entre a ambição pessoal e o dever familiar, se destacou na temporada de prêmios de Hollywood e é uma grande concorrente.

O filme independente, comprado pela Apple TV+, após uma exitosa estreia no Festival de Sundance de 2021, escalou atores surdos para interpretar os protagonistas convertendo-se em um marco de representatividade.

Em uma disputa marcada por temas humanos, também se destaca a memória pessoal em preto e branco do ator e diretor Kenneth Branagh, "Belfast", que aborda o conflito na Irlanda do Norte nos anos 1960.

A ficção científica "Duna" será, provavelmente, vencedorá da maior quantidade de estatuetas graças às categorias técnicas.

"É uma corrida entre dois ou três cavalos", disse o editor da revista Variety, Clayton Davis, enfatizando o avanço de "No ritmo do coração".

"Tivemos anos duros. E "No ritmo do coração" é positivo, te faz sentir bem. Creio que os jurados da Academia estejam com esse ânimo".

A dura disputa entre "No ritmo do coração" e "Ataque dos cães" mostra também o crescimento das plataformas de streaming frente aos tradicionais estúdios de Hollywood, o que ainda gera resistência.

"Alguns membros da Academia com os quais falei ainda estão reticentes em votar a favor de uma produção da Netflix para melhor filme", disse um jurando da Academia que pediu para não ser identificado.

Mas em um ano que se viu o retorno de Hollywood, com o lançamento de superproduções e a reabertura das salas de cinema, os jurados tiveram muito o que analisar.

Will Smith é o grande favorito ao prêmio de melhor ator pelo papel como pai de Venus e Serena Williams em "King Richard: Criando campeãs", uma categoria onde também compete o espanhol Javier Bardem ("Apresentando os Ricardos")

Troy Kotsur ("No ritmo do coração"), que é surdo, sai na frente na corrida de melhor ator coadjuvante pelo seu papel como um pai que quer apoiar sua filha, mas depende dela para se comunicar.

Olhando as atrizes principais, o colunista do The Hollywood Reporter, Scott Feinberg acredita que "qualquer uma" das candidatas pode ganhar, mas afirmou que Jessica Chastain ("Os olhos de Tammy Fave") é a que tem "mais possibilidades".

Clayton Davis concordou, ainda que tenha dito que há "muito amor pela espanhola Penélope Cruz", que poderia surpreender pelo drama de Pedro Almodóvar, "Mães Paralelas".

Espera-se que Ariana DeBose, de ascendência latina, ganhe o prêmio de melhor atriz coadjuvante por interpretar Anita na nova versão do musical "Amor, sublime amor", o mesmo papel que deu um Oscar à lendária atriz porto-riquenha Rita Moreno em 1962.

O compositor e ator Lin-Manuel Miranda poderá conquistar o cobiçado EGOT (Emmy, Grammy, Oscar e Tony) se ganhar na categoria de melhor canção com "Duas lagartinhas" do filme da Disney "Encanto", mas disse que não participará da cerimônia pois sua esposa testou positivo para covid.

A produção, uma carta de amor à Colômbia, inclui animadores e elenco latinos, e disputa como melhor animação, categoria em que se destacam representantes de uma nova geração de latino-americanos como o diretor Carlos López Estrada ("Raya e o último dragão") e o produtor de origem cubana Phil Lord ("A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas").

O brasileiro Pedro Kos e seu codiretor, Jon Shenk, estão indicados por "Onde eu moro" para melhor curta-metragem documental. Em melhor curta-metragem animado competem o chileno "A fera" e o espanhol "The Windshield Wiper".

De volta ao tradicional Teatro Dolby de Hollywood, a rede de televisão ABC, encarregada da transmissão, espera recuperar nesta 94ª edição a audiência perdida.

A festa de 2021 foi vista por 10 milhões de espectadores, um decréscimo de 56% em relação a 2020, que já foi um recorde de baixa audiência.

Os esforços para recuperar os espectadores incluem um novo prêmio "favorito dos fãs", votado online pelo público, introduzido depois de que sucessos de bilheteria como "Homem-Aranha: Sem volta para casa" e 007: Sem tempo para morrer" receberam poucas nomeações.

Entre as novidades, a Academia decidiu pré-gravar a entrega de prêmios em oito categorias e dar mais tempo às intervenções das apresentadoras Amy Schumer, Wanda Sykes e Regina Hall e números musicais mais longos, como a apresentação de "We Don't Talk About Bruno", o sucesso viral de "Encanto" que sacudiu as redes sociais e as listas de reprodução.

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