Castillo anuncia que vai ao Congresso peruano se defender em julgamento político

O presidente peruano, o esquerdista Pedro Castillo, anunciou nesta quinta-feira (24) que irá ao Congresso, controlado pela oposição de direita, para se defender no julgamento político que debaterá na próxima segunda sua eventual destituição.

"Na próxima semana (segunda) estaremos no Congresso por uma intimação, uma convocação, para responder sobre o que querem fazer o povo peruano acreditar", disse Castillo em um encontro com moradores do distrito de Platería, na região andina de Puno, um de seus redutos eleitorais.

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Castillo advertiu seus seguidores que espera uma campanha de demolição na mídia antes do debate, com a difusão de reportagens que visam a desprestigiá-lo e semear dúvidas sobre sua honra ante os congressistas, a fim de que seja aprovada a vacância do cargo por suposta "incapacidade moral".

"Estou certo de que o Congresso não vai cair (neste jogo)", acrescentou.

O Congresso se reunirá na segunda-feira para debater e votar a moção de vacância, que poderia provocar a queda de seu governo após apenas oito meses no poder.

A lei permite a Castillo enviar ao Congresso seu advogado para se defender.

Sua presença, no entanto, não dá direito aos parlamentares a interrogá-lo ou estabelecer diálogos, pelo que se presume que o presidente vai exercer sua defesa lendo uma mensagem e depois se retirará do plenário antes do debate.

Se Castillo for destituído, ele será substituído por sua vice-presidente, Dina Boluarte, mas caso ela desista, caberá à presidente do Congresso, a direitista María del Carmen Alva, assumir o cargo.

Trata-se da segunda moção de vacância contra Castillo desde julho de 2021, quando assumiu as rédeas do país após vencer em um segundo turno apertado a direitista Keiko Fujimori. Em dezembro, o Congresso desqualificou a primeira.

Um possível impeachment paira no ar desde sua eleição em junho daquele ano, quando seus adversários denunciaram "fraude" apesar do aval de sua vitória pelos observadores da OEA e da União Europeia, e o reconhecimento dos Estados Unidos.

A oposição acusa Castillo, um professor rural de 52 anos, que deve governar até julho de 2026, de falta de rumo e permitir uma suposta corrupção em seu entorno. Além disso, o critica por suas constantes crises ministeriais.

Desde 2017 o Congresso do Peru debateu seis pedidos de impeachment contra um presidente. Pedidos similares provocaram a queda de Pedro Pablo Kuczynski (direita) em 2018 e Martín Vizcarra (centro) em 2020.

cm/ljc/atm/mvv

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