Biden viaja à Europa para reforçar união do Ocidente

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, viaja nesta quarta-feira (23) à Europa com a missão de reforçar a união dos países ocidentais e aumentar as sanções contra a Rússia por sua tentativa, ao invadir a Ucrânia, de alterar o equilíbrio de poder pós-Guerra Fria.

O conflito com o presidente russo, Vladimir Putin, está redefinindo a presidência que Biden assumiu há 14 meses, ao deixar de lado questões domésticas para liderar a aliança transatlântica em uma das crises mais graves que a Europa enfrenta em décadas.

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Após quatro anos de Donald Trump - que tratou as nações europeias como concorrentes e desprezou o papel tradicional dos Estados Unidos como principal parceiro na Otan -, Biden colocou ênfase na unidade. Em reuniões em Bruxelas na quinta-feira, tentará ir além.

O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse a repórteres que Biden buscará "reforçar a incrível unidade que construímos com nossos aliados e parceiros".

Sullivan também disse que aprofundaria as sanções econômicas impostas por uma rede global de aliados ocidentais para punir as finanças russas.

Um pacote de sanções ainda maior será "revelado junto com nossos aliados na quinta-feira", informou, sem dar mais detalhes, além de dizer que o pacote "se concentrará não apenas em adicionar novas sanções, mas em garantir que haja um esforço conjunto para que as sanções não sejam contornadas".

Na quinta, Biden participará de reuniões com a Otan, o G7 e o Conselho Europeu. Na sexta-feira, voará para a Polônia, vizinha da Ucrânia e agora a linha de frente do que alguns chamam de nova Guerra Fria. No sábado, encontrará seu presidente, Andrzej Duda.

A intensa agenda diplomática marca um momento crucial no perigoso confronto com Putin, que busca forçar a Ucrânia a desistir de sua postura pró-Ocidente. Após um mês de combates, as forças russas devastaram várias áreas do país, mas ainda têm poucas vitórias militares significativas, enquanto os ucranianos continuam resistindo.

Embora as forças ucranianas armadas pelo Ocidente resistam com sucesso, Sullivan não acredita num fim rápido da guerra ou da retirada de Moscou.

"Dias difíceis virão na Ucrânia, os mais difíceis para as tropas ucranianas na frente e os civis sob bombardeio russo", estimou. "Esta guerra não terminará fácil ou rapidamente".

Se o conflito se prolongar, a capacidade da Rússia de resistir a perdas militares e sanções econômicas dependerá em parte da posição de sua parceira China.

Pequim se recusou a condenar a guerra de Putin ou endossar as sanções ocidentais. Até agora, o principal objetivo de Washington tem sido garantir que os chineses não interviessem ativamente do lado do Kremlin, seja resgatando a economia russa ou mesmo enviando armas.

Sullivan afirmou que não há sinal de que a China esteja fornecendo assistência militar, dias após uma conversa telefônica de quase duas horas entre Xi Jinping e Joe Biden.

"Isso é algo que estamos monitorando de perto", acrescentou.

Biden "certamente consultará sobre um possível envolvimento chinês no conflito na Ucrânia enquanto estiver em Bruxelas e também na Otan", explicou Sullivan.

"Também fará isso quando se dirigir aos 27 líderes da União Europeia, porque em 1º de abril, a União Europeia terá uma cúpula com a China", explicou.

"Estamos muito sintonizados com nossos parceiros europeus" nessa questão.

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