Fundador do Telegram diz que suspensão no Brasil se deve a um 'problema com e-mails'
O fundador e CEO do aplicativo de mensagens Telegram, o russo Pavel Durov, pediu desculpas nesta sexta-feira (18) ao Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil e disse que o bloqueio determinado pelo ministro Alexandre de Moraes se deve a uma "falha de comunicação".
"Parece que tivemos um problema com e-mails entre nossos endereços corporativos no telegram.org e o Supremo Tribunal brasileiro. Como resultado dessa falha de comunicação, o Tribunal decidiu bloquear o Telegram por não estar respondendo", escreveu Durov em seu canal na plataforma, que tem mais de 680 mil seguidores.
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"Em nome da nossa equipe, peço desculpas ao Supremo Tribunal brasileiro por nossa negligência", acrescentou Durov, que pediu ainda um novo prazo para atender as demandas do STF.
Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes havia determinado a "suspensão completa e integral do funcionamento das atividades do Telegram no Brasil" por deixar de cumprir várias ordens judiciais, entre elas o bloqueio de contas que disseminam desinformação.
Durov alegou em sua mensagem que parte das solicitações do STF foram enviadas a um "endereço de e-mail antigo, que tem um propósito mais amplo e geral", mas que agora já foram localizadas e processadas pela empresa.
"Peço ao Tribunal que considere adiar sua decisão por alguns dias a seu critério para nos permitir remediar a situação nomeando um representante no Brasil e criando uma estrutura para reagir de forma rápida a futuras questões urgentes como essa", acrescentou.
O Telegram, que já foi alvo de proibição ou restrições em vários países, como Índia e Rússia, já estava na mira das autoridades brasileiras há algum tempo, especialmente irritadas com o fato de que a empresa não tem representação legal no país e não respondia a suas demandas para evitar uma avalanche de informações enganosas nas eleições presidenciais deste ano, como as que abalaram a campanha eleitoral de 2018, sobretudo via WhatsApp.
O popular aplicativo, de origem russa e com sede em Dubai, está instalado em 53% dos celulares brasileiros e é o que mais cresce no país, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Além disso, a plataforma é fundamental na estratégia eleitoral do presidente Jair Bolsonaro, que defende uma liberdade de expressão ilimitada.