Congresso dos EUA avança para proibir discriminação por cabelo

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos votou nesta sexta-feira (18) a favor da proibição a qualquer tipo de discriminação baseada em penteados associados à raça.

Este projeto de lei da Câmara destina-se explicitamente a proteger os afro-americanos que são vítimas de regras que impõem certos cortes de cabelo ou penteados, principalmente nas escolas ou no local de trabalho.

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"Como uma mulher negra que ama suas tranças, sei como é se sentir rejeitada por causa do meu corte de cabelo", disse a congressista do Missouri Cori Bush pouco antes da votação.

Há muitos exemplos desse tipo de discriminação nos Estados Unidos: no final de 2019, um adolescente negro do Texas foi suspenso temporariamente do ensino médio onde estudava e ameaçado de expulsão se não cortasse seus dreadlocks considerados longos demais, sanção que gerou debates e acusações de racismo.

Durante um torneio escolar de luta livre em dezembro de 2018, um árbitro também pediu a um estudante negro do ensino médio que cortasse o cabelo se ele não quisesse ser desclassificado porque considerava seu penteado ilegal.

Críticos do projeto, como o republicano Jim Jordan, acusam os democratas de "se afastarem de questões com as quais os americanos se preocupam", como inflação e preços do combustível.

"Acho que é perfeitamente possível lidar com os dois ao mesmo tempo", respondeu a congressista negra Sheila Jackson Lee.

O projeto também tem o apoio de Joe Biden. "O presidente acredita que a ninguém deve ser negada a oportunidade de obter um emprego, ter sucesso na escola ou no trabalho, encontrar moradia ou exercer seus direitos por causa da textura do cabelo ou do corte", declarou a Casa Branca.

O texto será submetido ao Senado, onde seu destino é mais incerto.

Vários estados dos EUA já proibiram a discriminação de cabelos por conta própria, como a Califórnia, e depois de anos permitindo apenas o penteado liso para mulheres militares, o Exército dos EUA revisou seus padrões em janeiro de 2021 para refletir melhor a diversidade em suas fileiras.

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EEUU racismo discriminação Jim Jordan Joe Biden Sheila Jackson-Lee

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