Apesar da guerra, carteiros de Lviv continuam a entregar encomendas

Nem os bombardeios nem os ataques russos dissuadem os carteiros ucranianos. Na cidade de Lviv, estes profissionais prometeram que vão continuar fazendo suas entregas, enquanto a guerra permitir.

É possível que os pacotes sofrem os solavancos da viagem, devido às estradas agora cheias de buracos causados por explosões de mísseis. Também é possível que cheguem atrasados, em função dos controles militares, ou que fiquem temporariamente bloqueados durante os toques de recolher noturnos.

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Volodymyr Shved e Anatoli Goetsky, responsáveis pela empresa de correios Nova Poshta em Lviv, insistem, no entanto, em que os pacotes acabam chegando ao seu destino.

Uma olhada nos carros de entrega revela pacotes de macarrão e botas militares entre os embrulhos anônimos.

Shved assegura que o único dia em que não houve entrega foi em 24 de fevereiro, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, e uma onda de pânico se espalhou por todo país.

"Nos dias que se seguiram, nós nos demos conta de que a empresa é uma das poucas que podem manter as pessoas unidas", disse. "Foi por isso que decidimos nos reagrupar", explicou.

A Nova Poshta fazia entregas em qualquer lugar da Ucrânia em 24 horas. Agora, demora entre quatro e seis dias, e uma equipe mapeia previamente as "rotas seguras" para as entregas, relata.

"Muitos dos nossos funcionários estão na linha de frente, e muitos seguem trabalhando aqui", disse Goretsky, de 42 anos. "Isso também é um front", completa.

Shved y Goretsky dizem que ainda chegam pacotes de cidades que se encontram na linha de fogo, como Kiev e Kharkiv. De outras, como Mariupol, o último envio chegou faz uma semana. A estratégica cidade portuária foi golpeada pela artilharia russa e se fala de baixas em massa.

Em todo país, somente 25% dos armazéns da Nova Poshta continuam abertos, e cerca de 90% da carga que passa pelas instalações é, agora, de ajuda humanitária procedente de organizações de países europeus. Este material é coletado e classificado na estação de passagem de Lviv para refugiados que vão chegando.

De pé, entre caixas de doações, Andri Kovaliov, de 38 anos, classifica medicamentos.

Depois de fugir de sua casa em Kiev, Kovaliov agora trabalha como voluntário para o Ministério da Saúde, utilizando sua experiência no setor farmacêutico.

"Tinha a opção de ir para o Exército, para o qual não estou capacitado (...), ou isto", explica, mostrando seu improvisado local de trabalho. "Espero que esteja ajudando".

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