Intel revela plano 'histórico' de investimentos na Europa
A gigante americana de semicondutores Intel revelou nesta terça-feira (15) um "histórico" plano de investimentos na União Europeia (UE), de até 80 bilhões de euros em um período de dez anos, para produzir microchips, e a construção de um enorme complexo industrial na Alemanha.
Os detalhes deste anúncio eram muito esperados no seio da UE, que busca aumentar sua soberania na produção desses componentes essenciais para automóveis e smartphones, e cuja oferta - dominada pelos fabricantes asiáticos - é insuficiente.
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O programa inclui 17 bilhões de euros para construir um complexo de produção em Magdeburgo, no nordeste da Alemanha, mas também para a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento na França, assim como investimentos em P&D em Irlanda, Itália, Polônia e Espanha, com o objetivo de criar um "ecossistema de microchips europeu", detalhou o grupo em comunicado.
"Respondemos à necessidade mundial de uma cadeia de fornecimento mais equilibrada e resistente", explicou em entrevista coletiva o presidente da Intel, Pat Gelsinger.
Os microchips são os "cérebros que alimentam as tecnologias digitais essenciais" disse, ao mencionar o "risco de ser dependente de uma única região", quando os problemas causados nas cadeias logísticas pela covid-19 acentuaram a escassez desses componentes.
A Alemanha ficará com a maior fatia do bolo: a cidade de Magdeburgo, situada 130 km a oeste de Berlim, receberá duas fábricas. O país já abriga o maior ecossistema de semicondutores da Europa, com grupos como Bosch e Infineon.
O futuro complexo industrial, que deve ficar pronto em 2027, criará "7.000 empregos na fase de construção, 3.000 empregos permanentes de alta tecnologia na Intel e dezenas de empregos indiretos" entre os fornecedores, afirma o grupo.
A Comissão Europeia havia autorizado recentemente destinar 30 bilhões de euros em ajuda pública dos Estados-membros para as indústrias do setor de semicondutores, inclusive estrangeiras, um investimento determinante para a escolha feita pela Intel, apesar de o custo de produção desses componentes ser entre 30% e 40% mais caro na Europa do que na Ásia.
O anúncio da Intel "é a primeira grande realização" do plano europeu, assinalou a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen em mensagem de vídeo.
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