'Ninguém deve tirar proveito das negociações' do acordo nuclear iraniano, afirmam negociadores europeus

"Ninguém deve tirar proveito das negociações" do pacto de Viena sobre o acordo com o Irã, declararam negociadores europeus (França, Alemanha e Reino Unido) em comunicado neste sábado (12), depois que novas demandas russas bloquearam as discussões.

Em comunicado conjunto, e sem mencionar a Rússia, os três países europeus (conhecidos como E3, neste acordo) declararam que "ninguém deve tirar proveito das negociações sobre o retorno do JCPOA [Joint Comprehensive Plan of Action, em inglês] para obter garantias que nada têm a ver com este acordo".

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"Isso pode levar ao colapso do acordo, o que privaria o povo iraniano do fim das sanções, e a comunidade internacional das garantias necessárias sobre o programa nuclear iraniano", acrescentam em seu texto.

Em 4 de março, diplomatas declararam que o pacto era iminente, após meses de duras negociações. Mas no dia seguinte, Moscou, sob uma onda de sanções das potências ocidentais pela invasão da Ucrânia, pediu aos Estados Unidos garantias de que essas novas medidas não afetariam sua cooperação econômica com o Irã.

Alguns afirmam que o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, descreveu como "fora do lugar", mas isso não impediu as discussões.

"Expressamos nossa decepção", insistiram os signatários do comunicado. "Entendemos que o Irã e os Estados Unidos trabalharam ativamente para resolver os últimos problemas bilaterais e estamos prontos para fechar o acordo agora."

"O acordo que está em cima da mesa para voltar ao JCPOA pode e deve ser fechado com a máxima urgência", acrescentam.

O Irã retomou as negociações há onze meses em Viena com as grandes potências (EUA, China, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha) para tentar salvar o acordo de 2015, assinado para impedir que o Irã fabricasse a bomba atômica em troca do levantamento das sanções que sufocam sua economia.

Esse pacto não deu em nada quando os Estados Unidos, sob o presidente Donald Trump, se retiraram e reimpuseram sanções contra o Irã. Em resposta, a República Islâmica deixou de honrar seus compromissos.

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