Indignação no Conselho de Segurança da ONU por 'instrumentalização' russa

A indignação ocidental ecoou nesta sexta-feira (11) na reunião do Conselho de Segurança da ONU convocada pela Rússia para denunciar a "eliminação" por parte de Kiev de "restos" de supostos experimentos em laboratórios com patógenos biológicos, no momento em que cresce a preocupação sobre o possível uso de armas químicas em território ucraniano.

O embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, na qualidade de presidente do Conselho de Segurança, convocou esta reunião sobre armas biológicas. Nela, repetiu as acusações contra os Estados Unidos e sua suposta cooperação em "30 laboratórios biológicos" na Ucrânia, que trabalhariam com agentes de "peste, antraz ou cólera" para fabricar armas.

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Por sua parte, a embaixadora americana, Linda Thomas-Greenfield, assegurou que "a Ucrânia não tem programas de armas biológicas, nem existem laboratórios de armas biológicas apoiados pelos Estados Unidos no país".

Thomas-Greenfield recordou a "longa história da Rússia de acusar outros países de violações que ela mesma perpetra" antes de alertar sobre as "sérias preocupações de que a Rússia esteja planejando usar armas biológicas ou químicas contra os ucranianos".

Para sua colega britânica, Barbara Woodward, tratam-se de "teorias da conspiração infundadas e irresponsáveis" e que o Conselho não deve servir para ouvir "propaganda interna russa" e sua estratégia de "desinformação".

Muitos dos 15 membros do Conselho de Segurança não esconderam seu espanto com a convocação para esta reunião: "Se eu soubesse, não teria vindo", disse um diplomata que preferiu não se identificar.

"O Estado agressor voltou a dar um tiro no próprio pé com esta reunião", disse o embaixador ucraniano, Sergiy Kyslytsya, que relembrou "o delírio" e as "mentiras" russas que sugerem que a grávida ferida em um atentado ao hospital Mariupol, cuja foto circulou o mundo, era uma "atriz".

A mulher, chamada "Mariana deu à luz uma menina saudável chamada Verônica", disse o embaixador, que lamentou a "instrumentalização" do Conselho de Segurança por parte da Rússia.

Lembrando que a guerra está entrando em sua terceira semana, a secretária-geral adjunta da ONU para Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo, condenou a conduta da Rússia na guerra.

"Atacar civis, hospitais, escolas é imperdoável e seus perpetradores devem ser responsabilizados", alertou.

Moscou nega que tenha iniciado uma guerra e descreve a invasão da Ucrânia como uma "operação militar especial".

bur-af/llu/ap/mvv

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