Confronto entre Otan e Rússia provocaria "3ª Guerra Mundial", diz Biden

Presidente dos Estados Unidos se comprometeu a evitar o confronto entre Rússia e Otan

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comprometeu-se, nesta sexta-feira (11), a "evitar" um "confronto direto entre a Otan e a Rússia", porque isso deflagraria a "Terceira Guerra Mundial".

"Não vamos travar uma guerra contra a Rússia na Ucrânia", frisou o líder americano, na Casa Branca.

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Dessa forma, seguem as medidas econômicas para tentar conter o governo de Vladimir Putin. Biden anunciou que G7 e União Europeia decidiram excluir a Rússia do regime normal de reciprocidade que rege o comércio mundial, o que abre as portas para a imposição de tarifas alfandegárias punitivas contra Moscou em resposta à invasão da Ucrânia.

Em declaração emitida em Berlim, líderes do G7 confirmaram que cada um deles "se esforçará" para negar à Rússia o status de nação mais favorecida.

"Os Estados Unidos, nossos aliados e parceiros continuam trabalhando juntos para aumentar a pressão econômica sobre (Vladimir) Putin e isolar ainda mais a Rússia no cenário mundial", disse Biden nesta sexta-feira em discurso na Casa Branca.

Ele acrescentou que foram tomadas "medidas adicionais para proibir (o comércio com) setores importantes da economia russa, em particular produtos do mar, vodca e diamantes".

Pouco depois, a secretária de Comércio dos Estados Unidos, Gina Raimondo, anunciou a proibição das exportações de artigos de luxo a Rússia e Belaris para evitar que "Putin e seus amigos continuem vivendo na opulência enquanto causam enorme sofrimento em todo o leste europeu".

Enquanto isso, em Bruxelas, a presidente da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen, fez um anúncio similar:

"Proibiremos exportar qualquer tipo de bem de luxo de nossos países à Rússia como um golpe direto às elites russas".

Até agora, Moscou se beneficiava de um "status" comercial de "nação mais favorecida", que lhe permite o livre-comércio de alguns bens e serviços.

Desta forma, a Rússia se juntará a Cuba e Coreia do Norte, os únicos países excluídos pela maior potência mundial do princípio da reciprocidade, base da maioria das relações comerciais internacionais.

A decisão final sobre a exclusão da Rússia do regime recíproco normal de comércio com os Estados Unidos - tomada em coordenação com o G7 e a União Europeia - corresponde ao Congresso americano, onde democratas e republicanos já manifestaram apoio à medida.

A Câmara de Representantes votará sobre o tema na próxima semana.

A cláusula da nação mais favorecida - conhecida nos Estados Unidos como "relação comercial permanente normal" - é um pilar do livre comércio.

Este princípio de reciprocidade e não discriminação rege atualmente a maioria das relações comerciais entre os Estados.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) exige que qualquer vantagem comercial, como redução de tarifas, concedida por um membro seja automaticamente aplicada a todos os outros.

Moscou, que aderiu à OMC em 2012, tem se beneficiado desse regime desde então. Concretamente, privar a Rússia deste status permitiria a seus parceiros comerciais impor-lhe sanções alfandegárias mais elevadas, penalizando as exportações.

Em 2021, os Estados Unidos importaram cerca de US$ 30 bilhões em produtos russos, incluindo US$ 17,5 bilhões em petróleo bruto, uma commoditie à qual Washington acabou de impor um embargo total.

Essa nova sanção se somará a muitas outras aplicadas pelo Ocidente para cortar gradualmente os laços econômicos e financeiros do país liderado por Vladimir Putin com o resto do mundo.

Essas sanções já tiveram um impacto devastador na economia russa, a ponto de o país estar agora, segundo a agência Fitch, à beira de um default.

O rublo bate recordes negativos, já que muitas empresas ocidentais suspenderam suas atividades na Rússia.

A guerra na Ucrânia também tem consequências para toda a economia mundial, que mal se recupera da pandemia de covid-19, e agora encara uma explosão no preço das matérias-primas.

Ainda assim, Biden está sob intensa pressão política interna para anunciar mais sanções contra a Rússia.

Nesse contexto, decidiu proibir a importação de petróleo russo para os Estados Unidos, medida que o Congresso exigia.

A pressão também está vindo da Ucrânia, que insiste para que Washington atinja os bolsos da Rússia com mais força, já que Biden descartou categoricamente a intervenção militar.

"Sei que os Estados Unidos estão fazendo tudo o que podem no momento, mas... realmente queremos que muito mais medidas sejam tomadas", disse Oleg Ustenko, consultor econômico do presidente ucraniano, à CNN na sexta-feira (11).

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