'Paz para todos', pede delegação da Ucrânia na vila paralímpica de Pequim

Com os punhos levantados e um minuto de silêncio para seus soldados, atletas ucranianos protestaram nesta quinta-feira (10) contra a invasão russa na vila paralímpica de Pequim.

Uma faixa com a frase "Paz para todos" escrito nas cores nacionais amarela e azul foi exibida à frente das 46 bandeiras das nações participantes dos Jogos Paralímpicos de Pequim.

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E junto dela, com os punhos levantados, cerca de trinta atletas e membros da delegação ucraniana, incluindo várias mulheres usando uma coroa com girassóis.

A delegação ucraniana aproveitou uma pausa nos treinos e provas para organizar uma cerimônia em homenagem aos seus compatriotas alvejados no país, aos quais foi respeitado um minuto de silêncio.

Com medalhas penduradas no pescoço e lágrimas nos olhos, o campeão Grygorii Vovchynskyi condenou os ataques aéreos russos a um hospital infantil na cidade sitiada de Mariupol (sudeste da Ucrânia) no dia anterior.

Três pessoas, incluindo uma criança, foram mortas pela ação, segundo a prefeitura. "Eles estão bombardeando nossos filhos e nossas mulheres, não posso acreditar", lamentou, pedindo que isso "pare agora".

Seu técnico, Andriy Nesterenko, natural de Kharkov (leste), anunciou que ele e outros membros da equipe não poderão voltar para suas casas, pois uma parte da cidade foi destruída.

"Devemos parar a guerra", gritou ele, sem hesitar em chamar o exército e os soldados russos de "animais".

A delegação ucraniana, composta por cerca de vinte atletas, desembarcou na China dois dias antes da abertura dos Jogos Paralímpicos, após uma longa viagem pela Europa.

Seus atletas multiplicaram as mensagens e compartilharam sua preocupação com a imprensa internacional.

"Estamos aqui para lutar pela Ucrânia, com a Ucrânia e em nome da Ucrânia", declarou na terça-feira Iryna Bui.

Sua compatriota Anastasiia Laletina, 19, não participou da prova depois de saber que seu pai, um militar, "foi feito prisioneiro por russos", disse a porta-voz da delegação Nataliia Harach.

Nesta quinta-feira, o presidente do Comitê Paralímpico Ucraniano, Valeriy Sushkevych, pediu ao mundo que não dê as costas ao seu país.

Terceiro no quadro de medalhas (19), com seis ouros, a Ucrânia recebeu os aplausos do presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Andrew Parsons.

"Sua jornada até aqui é uma das histórias mais extraordinárias do esporte", disse ele à AFP nesta quinta-feira.

"O fato de eles competirem aqui e permanecerem focados na competição, sabendo o que está acontecendo em seu país, é incrível."

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