Inteligência dos EUA descreve Putin como um líder "frustrado" com invasão da Ucrânia

Os chefes da inteligência americana descreveram nesta terça-feira (8) o presidente russo, Vladimir Putin, como um líder "aborrecido" e isolado que luta para manter sua influência mundial, frustrado por sua invasão da Ucrânia não ter acontecido como previsto, e que recorre a ameaças nucleares provocativas contra o Ocidente.

Putin vem "cozinhando em uma combinação inflamável de queixas e ambição por muitos anos", afirmou o diretor da CIA, William Burns, a legisladores americanos.

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Burns chamou a invasão da Ucrânia de "profunda convicção pessoal" para Putin e seu mais recente confronto com a Europa e os Estados Unidos.

"Acho que Putin está aborrecido e frustrado neste momento. É provável que ele redobre seus esforços e tente esmagar o Exército da Ucrânia, independentemente das baixas civis", afirmou Burns durante uma audiência no Congresso americano sobre ameaças globais.

O líder da Rússia foi alvo de uma onda de rejeição retumbante por causa da invasão da Ucrânia, o que o deixou isolado como nunca antes.

A comunidade de inteligência americana alertou para a possibilidade de Putin atacar os Estados Unidos, especialmente considerando uma elevada ameaça nuclear.

O tenente-general Scott Berrier, diretor da Agência de Inteligência de Defesa do Pentágono, disse que a Rússia sob Putin modernizou seu arsenal bélico ao longo do tempo, especialmente com armas nucleares de baixo rendimento.

Putin "investiu em armas nucleares táticas", segundo Berrier. "Acho que ele acredita que isso lhe dá uma vantagem assimétrica."

O presidente russo tomou a decisão surpresa no mês passado de colocar as forças nucleares russas em alerta máximo.

Algumas autoridades americanas expressaram particular preocupação com a possibilidade de Putin ordenar a implantação dessas bombas nucleares em alguma cidade.

A chefe dos serviços de inteligência americanos, Avril Haines, considerou que "o barulho nuclear feito por Putin" colocou o Ocidente em alerta.

"Acreditamos que Putin sofre com a falta de deferência do Ocidente para com ele. Ele sente que essa é uma guerra que ele não pode se permitir perder", afirmou Haines na mesma audiência.

"Mas o que ele poderia estar disposto a aceitar como vitória poderia mudar com o tempo", completou.

A invasão de Putin produziu "um choque na ordem geopolítica com implicações para o futuro que estamos apenas começando a entender, mas que temos certeza que terão consequências."

Sob imensa pressão, o "sistema" criado pelo presidente russo de um círculo de assessores próximos está se tornando "cada vez mais apertado", explicou o diretor da CIA.

Em tal sistema, "não foi mostrado que as pessoas questionam ou desafiam seu julgamento".

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