Rússia está mais isolada do que nunca na ONU após votação histórica

A Rússia ficou, nesta sexta-feira (4), mais isolada do que nunca na ONU após uma votação histórica a favor de uma investigação internacional sobre a Ucrânia, na qual aliados de Moscou como Venezuela e Cuba se abstiveram.

A Eritreia foi o único país que votou contra a resolução que Kiev apresentou ao Conselho de Direitos Humanos (CDH).

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"Hoje, o CDH adotou uma resolução histórica (...) A mensagem para Putin foi clara: ele está isolado internacionalmente e o mundo inteiro está contra ele", disse a repórteres a embaixadora ucraniana Yevheniia Filipenko, cercada por muitos diplomatas que a aplaudiram.

"Hoje, os membros do Conselho votaram esmagadoramente para criar uma comissão de investigação com um mandato forte (...). Os membros da comunidade internacional estão com a Ucrânia, e é claro que a Rússia está sozinha", acrescentou a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Sheba Crocker.

A votação ocorreu dois dias depois que a Assembleia Geral das Nações Unidas, reunida em Nova York, aprovou por maioria esmagadora um texto para exigir que a Rússia retire suas tropas da Ucrânia e acabe com a guerra.

A resolução contou com o apoio de países ocidentais, mas também de outras capitais que denunciaram que Moscou não respeitou a soberania territorial da Ucrânia e a violência exercida contra o povo ucraniano.

A China, que normalmente se opõe a qualquer investigação da ONU, se absteve, embora Pequim tenha votado contra a realização do debate urgente sobre a invasão russa.

"Esta semana vimos uma demonstração sem precedentes da unidade da comunidade internacional", disse o embaixador britânico na ONU, Simon Manley.

A votação ocorreu depois que o Exército russo realizou um ataque à maior usina nuclear da Europa, Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia.

"O bombardeio contra a maior usina nuclear da Europa pode levar a uma catástrofe global", advertiu Filipenko ao Conselho.

É a primeira vez na história do Conselho que uma resolução diz respeito diretamente à Rússia, explicou um porta-voz da ONU.

"Há apenas um agressor nesta guerra e é a Rússia (...). A Rússia deve ser responsabilizada por essas ações", argumentou o embaixador francês na ONU, Jérôme Bonnafont, em nome da União Europeia (UE).

A resolução condena "as violações e ataques aos direitos humanos como consequência da agressão da Federação Russa".

O texto pede "a retirada rápida e verificável das tropas russas, e dos grupos armados aliados da Rússia, de todo o território internacionalmente reconhecido da Ucrânia", e pede a criação urgente, e por um ano (inicialmente) de "uma comissão de investigação internacional e independente", o mais alto nível de investigação do Conselho.

A comissão deve "recolher, reunir e analisar as provas para atestar (...) violações" dos direitos humanos e do direito internacional humanitário durante a invasão da Ucrânia, com vistas a processos futuros, e identificar os responsáveis por essas violações "para que eles respondam por suas ações".

apo/vog/sag/jvb/mr

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