ONU está no centro de acusações de espionagem dos EUA contra Rússia

Um dia após o anúncio da expulsão de 12 diplomatas da missão russa na ONU, os Estados Unidos informaram nesta terça-feira que pediram à organização a saída de um agente de inteligência russo que trabalha no local, tendo como pano de fundo a tensão entre as duas potências vinculada à guerra na Ucrânia.

Esse anúncio duplo envolveu a sede da ONU, localizada em Nova York, em um forte perfume de Guerra Fria, apesar de o local ser frequentemente descrito por diplomatas como um "ninho de espiões".

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"Em 28 de fevereiro, os Estados Unidos também iniciaram o processo para solicitar a saída de um agente de inteligência russo que trabalha nas Nações Unidas e que abusou do seu privilégio de residência nos Estados Unidos", disse à AFP uma porta-voz da missão diplomática americana na ONU.

A missão americana não fez comentários, lembrando que a política tradicional do país nesse tipo de caso é de não revelar o nome da pessoa afetada, mas afirmou que, assim como no caso dos 12 diplomatas russos, a ação estava sendo preparada há meses, em uma aparente tentativa de desassociá-la da resposta americana à invasão à Ucrânia.

O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, confirmou a demanda dos Estados Unidos e informou que o contrato do funcionário afetado vence nos próximos dias. "O que torna essa decisão um pouco difícil de entender é que o funcionário iria concluir sua missão no dia 14", comentou.

A missão russa limitou-se a dizer à AFP que se trata de "uma situação entre a ONU e o funcionário".

- 'Péssima notícia' -

Os Estados Unidos anunciaram ontem a expulsão "por espionagem" de 12 membros da missão diplomática russa na ONU, uma medida denunciada por Moscou como "uma ação hostil", em meio à crise aberta entre as potências devido à guerra na Ucrânia.

A missão dos Estados Unidos na ONU informou em comunicado que os 12 delegados russos são "agentes de inteligência que abusaram de seus privilégios de residência" no país anfitrião, realizando "atividades de espionagem contrárias à segurança nacional".

O vice-embaixador russo na ONU, Dmitry Polyanskiy , afirmou à AFP que a expulsão não afeta o embaixador, Vassily Nebenzia, nem ele, nem a vice-embaixadora para Assuntos Africanos, Anna Evstigneeva. "É uma péssima notícia", reagiu Nebenzia.

Os Estados Unidos, que não vincularam essa decisão à invasão à Ucrânia, explicaram em comunicado que os 12 delegados russos "abusaram" de seus status diplomáticos no país anfitrião realizando "atividades de espionagem contrárias" à "segurança nacional".

Para a missão diplomática russa, os Estados Unidos romperam seus compromissos como país anfitrião das Nações Unidas sobre as regras aplicáveis a diplomatas estrangeiros que trabalham na ONU. Washington garante que respeitou essas regras.

A missão russa na ONU conta com cerca de 100 pessoas, de acordo com uma fonte diplomática russa.

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diplomacia ONU espionagem EUA Rússia Antonio Guterres

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