Órgão estatal de direitos humanos suspende missões na Colômbia por violência pré-eleitoral

A escalada da violência às vésperas das eleições na Colômbia levou o órgão estatal que zela pelos direitos humanos a suspender suas missões no terreno, segundo uma comunicação interna vazada pela imprensa nesta segunda-feira (28).

"Em resposta à grave situação de ordem pública apresentada nos últimos dias por grupos armados à margem da lei (...) todas as comissões no terreno estão suspensas", lê-se na circular da Defensoria Pública datada de 24 de fevereiro e cuja autenticidade foi confirmada pela instituição.

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Em consequência, seus funcionários só poderão se deslocar "excepcionalmente e por estritas necessidades de serviço", acrescenta a mensagem assinada pelo diretor Carlos Camargo.

Com um orçamento anual equivalente a cerca de 185 milhões de dólares, a Defensoria conta com uma ampla rede de vigilância que informa sobre atos de violência ou alerta sobre o risco de confinamentos, deslocamentos, massacres e outras ações dos grupos armados que disputam o narcotráfico e outros rendimentos ilegais.

A suspensão de suas missões "demonstra a deterioração da violência e a grave falta de proteção das comunidades", escreveu no Twitter o pesquisador Juan Pappier, da ONG Human Rights Watch.

Diante do escândalo sobre o vazamento, a Defensoria tentou por meio de um tweet relativizar a diretiva, esclarecendo que não eliminará as missões, e sim aproveitará sua interrupção para "revisá-las e priorizá-las".

A Colômbia vive o pior ressurgimento da violência desde a assinatura da paz com a antiga guerrilha Farc em 2016. Em vários pontos, a segurança piorou ainda mais com a proximidade das eleições parlamentares de 13 de março e das eleições presidenciais no final de maio.

Cerca de 28% dos 1.100 municípios colombianos correm risco de fraude eleitoral por pressão de grupos armados, entre outras ameaças, segundo a ONG Missão de Observação Eleitoral (MOE).

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Colombia conflito eleições direitos

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