Após sanções, moeda russa sofre desvalorização recorde e russos correm para os bancos

A cotação do rublo desabou nesta segunda-feira , 28, e registrou valores mínimos em relação ao dólar e ao euro, devido às sanções impostas pela invasão russa da Ucrânia, e o mercado financeiro se manteve fechado.

Nas ruas de Moscou e São Petersburgo, os russos manifestaram preocupação com suas economias. Até o momento, registra-se um aumento do fluxo de clientes às agências bancárias, o qual não se configura ainda como uma corrida em massa para retirada de depósitos.

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"Sabia que teria gente aqui. Quero sacar dinheiro. Guardar em casa é mais seguro. Ninguém sabe o que vai acontecer", comentou Svetlana Paramonova, de 58 anos, em entrevista à AFP em São Petersburgo.

Nesta segunda, o rublo era negociado a 100 unidades por dólar nesta segunda-feira, contra 83,5 na quarta-feira da semana passada, 23, último dia de registro de uma taxa de câmbio oficial, antes da invasão da Ucrânia. Em relação ao euro, a moeda russa tinha cotação de 109,40 por euro contra o nível anterior de 93,5.

As negociações das moedas foram suspensas depois de ultrapassarem os limites permitidos nas operações.

Para defender a economia e a moeda nacionais do impacto das sanções ocidentais, o Banco Central da Rússia anunciou, em um comunicado divulgado nesta segunda-feira, que elevará sua taxa básica de juros em 10,5 pontos percentuais, a 20%.

"O Banco da Rússia tomará novas decisões sobre a taxa básica com base em uma avaliação dos riscos associados às condições externas e internas e na resposta dos mercados financeiros a esses riscos", afirmou a instituição em um comunicado.

Antes de sua abertura, o órgão regulador informou que havia estabelecido tetos - 90 rublos por um dólar e 101,19 rublos por um euro - que, se ultrapassados, levariam à suspensão das negociações. Estes limites foram superados nos primeiros segundos da sessão da Bolsa.

Diante desta tendência, as autoridades mantiveram o mercado financeiro fechado, temendo uma queda livre dos títulos das empresas russas.

Estados Unidos, União Europeia e outros países anunciaram que vão excluir alguns bancos russos do sistema internacional de pagamentos bancários Swift e de qualquer transação com o Banco Central da Rússia.

Antes das sanções ocidentais e da invasão da Ucrânia, a inflação já estava em forte alta na Rússia, o que obrigou o BC a aumentar sua taxa de juros várias vezes.

Neste contexto, o Kremlin informou que o presidente Vladimir Putin trabalha, nesta segunda-feira, na resposta econômica às grandes sanções internacionais impostas ao país.

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