Esquiadora uigure que levou chama olímpica nega genocídio chinês

A esquiadora uigure que carregou a tocha olímpica em Pequim negou, nesta sexta-feira (18), que a China esteja realizando um genocídio contra sua comunidade na região de Xinjiang e acusou os países ocidentais de "espalharem boatos".

A China colocou a questão da minoria uigur no centro das atenções, quando escolheu a esquiadora de fundo Dinigeer Yilamujiang como a última portadora da chama olímpica na cerimônia de abertura dos Jogos de Inverno de Pequim.

A China é acusada de violar os direitos mais básicos dessa minoria muçulmana na região de Xinjiang (noroeste), onde, segundo vários países ocidentais e muitos ativistas, mais de um milhão de uigures foram enviados para "campos de reeducação"; mulheres, esterilizadas; e o trabalho forçado está sendo usado.

Yilamujiang evitou perguntas da imprensa durante a competição, na qual terminou em 43º na categoria cross-country. Nesta sexta-feira, porém, o jornal chinês Global Times publicou uma entrevista exclusiva com o atleta.

"Se existisse o que os países ocidentais chamam de 'genocídio', eu não teria tido a oportunidade de ir às Olimpíadas", disse Yilamujiang ao jornal.

"Escolher-me como um dos portadores da chama olímpica mostra a verdade sobre a harmonia da grande família chinesa", acrescenta a atleta, de 20 anos.

De acordo com o jornal, a esquiadora garantiu que as "informações irresponsáveis" da mídia ocidental afetaram-na "profundamente", assim como seus companheiros de equipe, e pediu que "parem de espalhar boatos que denigrem e desrespeitam".

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