Bolsonaro condena nazismo após declarações polêmicas de youtuber

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, expressou sua rejeição "irrestrita e permanente" ao nazismo, após a polêmica em torno de um youtuber que se declarou a favor da criação de um partido nazista em nome da liberdade de expressão.

"A ideologia nazista deve ser repudiada de forma irrestrita e permanente, sem ressalvas que permitam seu florescimento", tuitou o presidente na noite de quarta-feira (9).

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Bolsonaro também rejeitou "QUALQUER ideologia totalitária que coloque em risco os direitos fundamentais dos povos e dos indivíduos, como o direito à vida e à liberdade".

"Somos um povo maravilhoso, acolhedor. Repito: em uma família brasileira há mais diversidade do que em qualquer nação no mundo. O Brasil nunca terá solo fértil para o totalitarismo porque o amor pela liberdade corre em nossas veias. Quem deseja o contrário está do lado errado", acrescentou.

Bolsonaro não mencionou diretamente o youtuber Bruno Aiub, conhecido pelo apelido de Monark. Ele ganhou as manchetes com suas declarações polêmicas, as quais levaram à abertura de um inquérito por suposta apologia do nazismo.

"Eu acho que tinha que ter um partido nazista reconhecido pela lei", disse Monark, durante uma entrevista na transmissão de segunda-feira do Flow Podcast, um dos mais ouvidos do país, com 3,6 milhões de seguidores no YouTube, e um milhão, no Twitch.

"A esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical. As duas tinham que ter espaço", afirmou, acrescentando que, "se o cara quiser ser um antijudeu, eu acho que ele tinha direito de ser".

Associações judaicas, instituições, políticos, lideranças sociais, juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) e até a diplomacia alemã repudiaram as palavras de Aiub. Vários entrevistados do podcast pediram para retirar sua participação da web, e o apresentador foi demitido do Flow Podcast.

Monark, que se desculpou no dia seguinte e disse que estava "totalmente bêbado" durante a transmissão, pode ser condenado a cinco anos de prisão, segundo o Ministério Público de São Paulo.

Em abril de 2019, logo após chegar ao poder, Bolsonaro também fez comentários polêmicos sobre o nazismo. Durante uma visita oficial a Israel, disse se tratar de um movimento de "esquerda", devido ao termo "socialista" no nome do Partido Nacional-Socialista Alemão.

Em janeiro de 2020, o secretário de Cultura do governo, Roberto Alvim, renunciou, após causar um escândalo com um discurso parafraseando declarações do chefe da propaganda nazista, Joseph Goebbels.

A polêmica mais recente sobre o assunto remonta a julho passado, quando Bolsonaro recebeu em Brasília a deputada alemã Beatrix von Storch. Ela é neta de Johann Ludwig Schwerin von Krosigk, ex-ministro da Fazenda de Adolf Hitler.

lg-jm/app/dg/ap/tt

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