Conselho de Segurança da ONU examina situação na Ucrânia; EUA ameaça Rússia com sanções

O Conselho de Segurança da ONU se reúne nesta segunda-feira (31) a pedido do governo dos Estados Unidos que, ao lado de seus aliados da Otan, tenta dissuadir a Rússia de invadir a Ucrânia, ao mesmo tempo que prepara sanções contra Moscou.

"Mais de 100.000 tropas russas estão mobilizadas e a Rússia organiza outros atos de desestabilização contra Ucrânia, o que constitui uma ameaça à paz, à segurança internacional e à Carta da ONU", afirmou a embaixadora americana nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield.

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Diante da ameaça de invasão, a Ucrânia pediu no domingo à Rússia que retire suas tropas e mantenha o diálogo com os países ocidentais se "realmente" deseja reduzir a tensão.

Estados Unidos e Reino Unido ameaçaram adotar novas sanções contra a Rússia. Autoridades britânicas afirmaram que terão como alvos os diversos interesses econômicos russos.

Em Washington, congressistas democratas e republicanos anunciaram que o Congresso está perto de alcançar um acordo sobre um projeto de lei que prevê novas sanções econômicas contra a Rússia.

Entre a bateria de sanções mencionadas, o Reino Unido e os Estados Unidos apontam ao gasoduto estratégico Nord Stream 2 entre a Rússia e a Alemanha ou inclusive o acesso russo a transações em dólares, principal moeda do comércio internacional.

Diante das novas ameaças, Moscou exigiu ser tratado em igualdade de condições por Washington.

"Queremos relações boas, equitativas, de respeito mútuo com os Estados Unidos, como com todos os países do mundo", declarou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

A Rússia "não quer permanecer em uma posição" na qual sua segurança "seja violada diariamente", continuou Lavrov.

Nesta segunda-feira a Rússia provavelmente tentará impedir a reunião dos 15 membros do Conselho de Segurança, mas o organismo "está unido", segundo a embaixadora americana.

"Nossas vozes estão unidas para pedir aos russos uma explicação", disse Thomas-Greenfield.

"Vamos entrar no salão dispostos a ouvir. Mas não vamos ser distraídos por sua propaganda", afirmou.

"E estaremos preparados para responder a qualquer desinformação que tentem apresentar durante a reunião", advertiu.

A Rússia é acusada desde o final de 2021 de ter concentrado cerca de 100.000 soldados na fronteira ucraniana para preparar um ataque. Moscou nega ter qualquer intenção bélica, mas exige garantias por escrito para sua segurança.

As demandas russas começam por um compromisso de não adesão da Ucrânia à Otan e o fim do processo de fortalecimento da presença da Aliança Atlântica nos países do leste europeu.

As exigências foram rejeitadas pelos Estados Unidos e o Kremlin ainda está estudando a resposta à negativa.

A subsecretária de Estado americana, Victoria Nuland, disse que há "sinais" de que a Rússia estaria interessada em um diálogo sobre a resposta do Estados Unidos e da Otan.

O secretário de Estado, Antony Blinken, e o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, "conversarão a respeito provavelmente esta semana", acrescentou Nuland.

O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, Bob Menéndez, pediu que o governo dos Estados Unidos apresente uma advertência à Rússia de que qualquer agressão contra a Ucrânia custará muito caro.

"Não podemos voltar a ter um novo momento Munique", disse o senador ao canal CNN, em referência ao acordo de 1938 da França, Itália e Reino Unido com Adolf Hitler, pelo qual a Alemanha assumiu o controle de parte do território tcheco.

"Putin não vai parar na Ucrânia", acrescentou.

Vários países ocidentais anunciaram nos últimos dias o envio de soldados para o leste da Europa.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deve propor esta semana o envio de tropas para responder ao aumento da "hostilidade russa" contra a Ucrânia.

O anúncio foi cumprimentado pelo secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, e pelo ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.

O chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, sua colega alemã, Annalena Baerbock, e o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, viajarão esta semana a Kiev.

A ministra da Defesa canadense, Anita Anand, cujo país dá assistência militar à Ucrânia, chegou à Ucrânia no domingo para uma visita de dois dias.

Ela anunciou que o Canadá mobilizou tropas militares no oeste da Ucrânia e a repatriação temporária dos funcionários não essenciais de sua embaixada em Kiev.

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