Mortes de três girafas e denúncias de maus-tratos são investigadas no Rio de Janeiro

Os 18 animais haviam sido importados pelo BioParque, que nega qualquer irregularidade

A Polícia Federal (PF) está investigando a morte de três girafas e denúncias de maus-tratos a outras 15 importadas da África do Sul, que seriam transferidas para o zoológico BioParque, no Rio de Janeiro.

A polícia prendeu na quarta-feira "dois homens por maus-tratos e apreendeu 15 girafas em um resort safari, em Mangaratiba, litoral sul" do estado do Rio de Janeiro, informou a instituição em comunicado.

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Os 18 animais haviam sido importados pelo BioParque, que nega qualquer irregularidade.

"No local, os policiais federais e os analistas ambientais constataram situação de maus-tratos dos animais. Diante disso, dois homens, responsáveis pela manutenção dos animais, foram presos", afirmou a polícia.

"Além deste crime, a investigação (...) prosseguirá com o objetivo de apurar as circunstâncias e a legalidade da importação dos animais, bem como as condições de manutenção e cuidado das girafas", acrescentou a PF.

Em comunicado enviado à AFP nesta quinta-feira, o BioParque negou veementemente que as girafas tenham sido maltratadas e qualquer irregularidade no processo de importação, que a organização disse ter sido aprovada pelas autoridades sul-africanas e brasileiras.

Também sustentou que seus dois funcionários não foram presos, mas conduzidos a uma delegacia onde "prestaram os devidos esclarecimentos".

"O grupo de girafas veio de um local autorizado para manejo sustentável e desenvolvimento comunitário com essas espécies na África do Sul", disse.

A entidade garantiu que trazer esses espécimes para o Brasil faz parte de uma "estratégia de preservação importante" de longo prazo, que no passado já serviu para salvar outros animais, como o mico-leão-dourado e a ararinha-azul.

As girafas estão na categoria vulnerável da lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

De acordo com uma nota do BioParque divulgada em 21 de janeiro, as mortes ocorreram após um grupo de girafas escapar de uma área de adaptação, aprovada "pelos órgãos competentes", antes de serem transferidas para o zoológico.

"Após a contenção e retorno às baias, 3 (três) vieram a óbito", admitiu o parque. "As girafas, assim como outros animais, são bastante sensíveis e, por isso, determinadas situações podem levar ao desequilíbrio orgânico do animal."

O Zoológico do Rio foi reaberto em 2021 com o nome de BioParque do Rio, após passar a ser administrado pela iniciativa privada (Grupo Cataratas) e uma reforma que melhorou as condições de vida dos animais, com foco na conservação ambiental.

 

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