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Bento XVI expressa 'comoção e vergonha' após denúncia de abuso infantil na igreja alemã

15:33 | Jan. 20, 2022
Autor AFP
Tipo Notícia

O papa emérito Bento XVI expressou "comoção e vergonha" pela pedofilia na Igreja após a divulgação de um relatório que o acusa de passividade em casos de abuso infantil na Alemanha, disse seu secretário particular, monsenhor Georg Gänswein.

Bento XVI, de 94 anos, "expressa sua comoção e vergonha pelos abusos de menores cometidos por clérigos, e oferece sua proximidade e orações a todas as vítimas", afirmou Gänswein à imprensa, especificando que o papa emérito "ainda não leu o relatório de 1.000 páginas" envolvendo ele.

"Nos próximos dias ele examinará o texto com a atenção necessária", assegurou o padre, citando o relatório preparado a pedido da igreja local pelo escritório de advocacia Westpfahl-Spilker-Wastl.

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De acordo com o documento, o papa emérito não fez nada para impedir que vários padres abusassem sexualmente de menores na arquidiocese alemã que chefiou nos anos 1980.

Os advogados consideram que Bento XVI, que foi arcebispo de Munique e Freising entre 1977 e 1982, não agiu contra quatro clérigos suspeitos.

Dois desses casos envolvem clérigos que cometeram vários abusos comprovados pelos tribunais, mas foram autorizados a continuar seus deveres pastorais, segundo o relatório.

O papa emérito - cujo nome civil é Josef Ratzinger - negou "estritamente" qualquer responsabilidade, uma posição que para os autores do relatório "não é crível".

O Vaticano reiterou na quinta-feira sua "vergonha" e "remorso" pelo abuso sexual de crianças na Igreja, em um comunicado oficial.

O porta-voz do papa, Matteo Bruni, também enfatizou que o Vaticano "não conhece o conteúdo" do relatório e confirmou que a Igreja "seguirá o caminho que tomou para proteger os menores, garantindo-lhes um ambiente seguro", disse.

Pelo menos 497 pessoas sofreram abusos na arquidiocese de Munique-Freising, em um período de quase 74 anos (de 1945 a 2019), segundo um resumo do documento publicado pelo Vatican News.

A maioria das vítimas era do sexo masculino e 60% tinham entre 8 e 14 anos.

Entre os 235 autores dos abusos estão 173 sacerdotes, nove diáconos, cinco agentes de pastoral e 48 pessoas do ambiente escolar, destaca o texto.

kv/mb/jc

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