Reino Unido retoma negociações com a UE sobre Irlanda do Norte

O governo britânico retoma nesta quinta-feira (13) as negociações com a União Europeia (UE) sobre o status da Irlanda do Norte após o Brexit, instando Bruxelas ao "pragmatismo" após meses de bloqueio.

A cargo deste assunto explosivo desde a renúncia em dezembro do negociador David Frost, a ministra das Relações Exteriores, Liz Truss, recebe esta tarde e até sexta-feira (14) o vice-presidente da Comissão Europeia, Maros Sefcovic, no Castelo de Chevening, a residência do chefes da diplomacia britânica nos arredores de Londres.

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Seu objetivo é evitar uma guerra comercial entre Londres e Bruxelas um ano após a efetivação do divórcio, preservando ao mesmo tempo a frágil paz na Irlanda do Norte.

Os britânicos querem renegociar profundamente o protocolo para a região, que ambas as partes assinaram no âmbito da saída da UE. Mas Bruxelas se recusa e concorda apenas com ajustes.

Em vigor desde o início de 2021, o acordo mantém a Irlanda do Norte no mercado único europeu e na união aduaneira, afim de evitar uma fronteira com a vizinha República da Irlanda, país-membro da UE.

O objetivo é preservar a frágil paz que, em 1998, pôs fim a três décadas de conflito sangrento entre republicanos católicos e unionistas protestantes, deixando cerca de 3.500 mortos.

Mas, em troca, controles e obstáculos são impostos às mercadorias que chegam à região britânica do resto do Reino Unido, enfurecendo os unionistas norte-irlandeses, que são muito apegados à coroa britânica.

Em um comunicado antes da reunião, Truss pediu "uma abordagem pragmática da UE" e garantiu que proporá "soluções práticas e razoáveis".

Mas em um artigo publicado pelo jornal Telegraph, estabeleceu suas linhas vermelhas: nenhum controle de mercadorias entre a Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte e a exclusão do Tribunal de Justiça da UE na arbitragem do protocolo.

E alertou que, se as negociações falharem, Londres não hesitará em ativar uma cláusula que permite que certas disposições sejam suspensas unilateralmente, o que pode levar a uma séria retaliação comercial por parte da UE.

A Comissão Europeia insistiu, através do seu porta-voz Daniel Ferrie, em encontrar "soluções a longo prazo" para "garantir a estabilidade (...) da população da Irlanda do Norte".

O Executivo da UE propôs em outubro uma redução significativa nos controles de uma ampla gama de bens destinados exclusivamente ao consumo na Irlanda do Norte e que não entram no mercado da UE. Londres considerou insuficiente.

mpa-acc/es/mr

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