Homem deve se tornar a primeira pessoa não terminal a morrer por eutanásia na Colômbia

O país foi o primeiro na América do Sul a legalizar o procedimento

Nesta sexta-feira, 7, Victor Escobar Prado, de 60 anos, deve se tornar a primeira pessoa a morrer por eutanásia na Colômbia sem sofrer de uma doença terminal. Foram dois anos na Justiça para que seu pedido fosse aprovado. As informações são do portal G1.

Escobar tem diversos problemas de saúde, acumulados após sofrer dois acidentes vasculares cerebrais (AVCs), em 2007 e em 2008, e um sério acidente automobilístico, há quatro anos. Além de dificuldades de mobilidade, ele sofre de uma doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose pulmonar, tem diabetes e hipertensão.

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O colombiano também sofreu uma trombose e tem problemas cardíacos, com um dos lados do coração maior que o outro. Em entrevistas, ele afirmou que nos últimos quatro anos seus dias são de “sofrimento e dor”.

Eutanásia

Em 1997, a Colômbia se tornou o primeiro país na América do Sul a legalizar a eutanásia, ou morte assistida. A prática valia apenas para pacientes que tivessem doenças terminais. Em julho de 2021, o Tribunal Constitucional ampliou o direito fundamental de morrer com dignidade aos doentes que sofrem intensamente com lesões corporais ou doenças graves e incuráveis.

Foi então que Escobar e seu advogado, Luis Giraldo Montenegro, voltaram a solicitar o procedimento após uma primeira negativa de seu pedido. Entretanto, a médica de um centro especializado disse que não tinha conhecimento de como proceder naquele caso.

A situação se arrastou depois de mais um pedido em outubro, uma recusa de uma clínica em Cali e outra apelação, desta vez ao Tribunal Superior de Cali. A situação foi finalmente resolvida após o advogado de Escobar e uma comissão científica da EPS Coomeva concordarem que a eutanásia aconteceria no dia 7 de janeiro de 2022, às 19 horas (17h de Brasília), conforme a vontade do paciente.

Antes dele, Martha Líria Sepúlveda, de 51 anos, também tentou passar pelo procedimento. Horas antes do programado sua eutanásia foi suspensa. Ela sofre de esclerose lateral amiotrófica (ELA) e relata sentir dores, além de ter perdido o movimento das pernas. A doença é degenerativa e sua saúde vai piorar progressivamente, sem chances de cura.

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