'Chega de hipocrisia': chavismo inicia ano legislativo condicionando diálogo com oposição

O chavismo condicionou nesta quarta-feira (5) a retomada do diálogo com a oposição no México à libertação de Alex Saab, apontado como testa de ferro do presidente Nicolás Maduro e preso nos Estados Unidos, e à "entrega" de bens bloqueados no exterior.

O chefe do Parlamento, Jorge Rodríguez, que foi ratificado em seu cargo no início do ano legislativo, indicou que para voltar à mesa de negociações, suspensa pelo chavismo em outubro, a oposição liderada por Juan Guaidó deve "respeitar" o exigências da delegação que chefia.

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"Querem diálogo? Chega de hipocrisia! Querem diálogo? Soltem Alex Saab", disse Rodríguez, referindo-se ao empresário colombiano que enfrenta um julgamento em Miami por lavagem de dinheiro.

A audiência prévia ao julgamento de Saab, prevista para 7 de janeiro, foi adiada para 16 de fevereiro por causa do aumento dos casos de covid-19, informou nesta quarta-feira o juiz Robert N. Scola.

A extradição do colombiano de Cabo Verde para os Estados Unidos, onde foi detido em 2020, fez com que o chavismo se retirasse da mesa de negociações no México, iniciada em agosto sob os auspícios da Noruega.

O governo de Maduro deu a Saab o título de diplomata e incluiu-o em sua delegação no México.

Rodríguez insistiu que se a oposição quer dialogar, deve "devolver" um bilhão de dólares em ouro retidos na Inglaterra que são objeto de uma disputa entre Maduro e Guaidó, reconhecido como o presidente pelo governo britânico.

Ele também pediu a volta do controle das empresas Monómeros e Citgo, ambas subsidiárias da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) na Colômbia e nos Estados Unidos, respectivamente.

O ano legislativo começa em 5 de janeiro, quando as diretivas do Parlamento são renovadas.

Guaidó defende a continuidade da Assembleia Nacional eleita em 2015, ignorando as legislativas de 2020 nas quais o chavismo retomou o controle do único poder público que estava nas mãos da oposição.

Em um parque de Caracas, o opositor realizou seu próprio ato de início da legislatura, no qual foi ratificado na presidência com a promessa de "enfrentar" a "ditadura" de Maduro.

"O que resta da República (...) está contido neste ato do dia", disse ele.

"E lhes digo uma coisa: a República não vai se perder nas nossas mãos, vamos fazê-la renascer, vamos fazê-la crescer, vamos defender o nosso país".

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