Talibã começa a pagar servidores públicos do Afeganistão

Autor DW Tipo Notícia

Talibã começou a oferecer alguns serviços públicos, como a emissão de passaportes.Em meio a uma crise econômica crescente, o Talibã informou que retomará o pagamento de salário a servidores do país, incluindo os três meses atrasados. Grupo diz ter obtido receitas, mas não especificou de onde vinham.O governo do Talibã no Afeganistão informou neste sábado (20/11) que começou a pagar os servidores públicos que estavam sem receber seus salários desde que o grupo islâmico tomou o poder em Cabul, em agosto. A mudança de regime desencadeou uma grande crise financeira no país. "Vamos começar a pagar salários a partir de hoje. Vamos pagar os salários de três meses", disse Ahmad Wali Haqmal, porta-voz do Ministério da Fazenda, em uma coletiva de imprensa. O pagamento será feito por meio do sistema bancário do país, mas ainda não está claro se os fundos chegarão ao que precisam deles. Desde agosto, o setor bancário do Afeganistão entrou em colapso, e as pessoas com dinheiro em conta têm enfrentado dificuldades para ter acesso aos seus fundos, já que as agências restringem os saques. Bilhões a mais nos cofres do estado Na falta de dinheiro, a maioria dos funcionários do governo ainda não voltou ao trabalho. Muitos não tinham sequer sido pagos nos meses anteriores à chegada do Talibã ao poder. Outro porta-voz do Talibã, Inamullah Samangani, disse no sábado que a arrecadação havia aumentado recentemente. "O Ministério das Finanças diz que, nos últimos 78 dias úteis dos últimos três meses, geramos uma receita de cerca de 26,915 bilhões de afeganes (R$ 1,6 bilhão)", afirmou. "Apenas na quarta-feira coletamos 557 milhões de afeganes em receitas", disse Samangani, citando o Ministério das Finanças, e acrescentando que o pagamento de aposentadorias também seria retomado em breve. Talibã pede fundos ao Congresso dos EUA A crise financeira do Afeganistão foi agravada desde que Washington congelou a ajuda a Cabul e o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional interromperam o acesso do Afeganistão a financiamento. A situação forçou os afegãos a vender seus bens domésticos para arrecadar dinheiro para comprar alimentos e outros bens essenciais, em meio à desvalorização da moeda e à disparada dos preços. Doadores estrangeiros, liderados pelos Estados Unidos, costumavam bancar mais de 75% dos gastos públicos do governo anterior do Afeganistão, que foi apoiado por Washington por 20 anos. EUA: Apoio deve ser "conquistado" O Talibã enviou uma carta aberta ao Congresso americano na quarta-feira, pedindo aos congressistas que liberassem os ativos congelados após a tomada do poder no país e advertindo que a turbulência econômica no Afeganistão poderia levar a problemas no exterior. Mas a administração do presidente Joe Biden disse na sexta-feira que Cabul deve fazer mudanças antes de receber os fundos. "A legitimidade e o apoio devem ser conquistados por ações para enfrentar o terrorismo, estabelecer um governo inclusivo e respeitar os direitos das minorias, mulheres e garotas, incluindo a igualdade de acesso à educação e ao emprego", disse Thomas West, representante especial dos EUA para o Afeganistão, em um comunicado. Washington congelou quase US$ 9,5 bilhões (R$ 53 bilhões) em ativos pertencentes ao Banco Central afegão. Mas West citou a atual seca e a pandemia para dizer que os americanos também estavam contribuindo para enfrentar a calamidade financeira no país. "Os EUA continuarão a apoiar o povo afegão com ajuda humanitária", disse, mencionando que 447 milhões de dólares (R$ 2,5 bilhões) já haviam sido destinados ao país neste ano. bl (AFP/Reuters)

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