Cristina Kirchner faz duras críticas a Alberto Fernández e expõe racha na esquerda da Argentina

Em carta pública, Kirchner pede que Fernández "honre a vontade do povo argentino" e expõe racha na esquerda

Com duras críticas à gestão do presidente argentino, Alberto Fernández, sua vice-presidente, Cristina Kirchner, pediu nesta quinta-feira (16) a mudança de seu gabinete, após o fracasso eleitoral nas primárias legislativas de domingo que mergulharam a coalizão do governo em uma profunda crise.

"Sério que pensam que não é necessário, depois de semelhante derrota, apresentar publicamente as renúncias e que se saiba a atitude dos funcionários e funcionárias de facilitar ao Presidente a reorganização do seu governo?", escreveu Kirchner em carta pública na qual criticou os hierarcas que se agarram aos cargos.

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Estas declarações ocorrem um dia depois que cinco ministros considerados próximos de Kirchner apresentaram sua renúncia a Fernández, que por enquanto não as aceitou.

Kirchner, líder do peronismo de centro-esquerda, destacou que em várias reuniões com o presidente no último ano, pediu-lhe uma mudança de rumo, sobretudo na política econômica.

"Destaquei que acreditava que se estava realizando uma política de ajuste fiscal equivocada que estava impactando negativamente a atividade econômica e, portanto, no conjunto da sociedade e que, sem dúvida, isto teria consequências eleitorais", disse na carta.

A coalizão governista Frente de Todos foi duramente afetada pelo resultado das primárias de domingo, nas quais obteve apenas 31% dos votos em nível nacional, um resultado inesperado que demonstrou uma rejeição muito mais ampla do que o previsto.

As primárias, de votação obrigatória, são uma espécie de pesquisa de opinião em escala real. Neste caso, o resultado faz o governo temer por sua maioria no Senado e afasta a possibilidade de consegui-la na Câmara dos Deputados.

Em sua carta, Kirchner, ex-presidente entre 2007 e 2015, reforçou que oi ela que lançou a candidatura de Fernández "com a convicção de que era o melhor para a minha Pátria".

"Só peço ao Presidente que agora honre aquela decisão... Mas sobre todas as coisas, tomando suas palavras e convicções também, o que é mais importante do que tudo: que honre a vontade do povo argentino", concluiu.

 

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