EUA afirmam que talibãs permitirão acesso de civis ao aeroporto

Cerca de 11.000 americanos permanecem no país.

Os Estados Unidos afirmaram nesta terça-feira que os talibãs prometeram permitir que os civis que quiserem deixar o Afeganistão tenham acesso ao aeroporto de Cabul, enquanto militares americanos intensificavam os voos de evacuação, após a tomada do poder pelos islamitas.

Cerca de 11.000 americanos permanecem no país, incluindo diplomatas e prestadores de serviço, de acordo com a Casa Branca. Washington quer concluir as evacuações antes do prazo de retirada estabelecido pelo presidente Joe Biden, 31 de agosto.

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Milhares de soldados americanos estavam no aeroporto de Cabul para apoiar esses esforços, enquanto o Pentágono planejava aumentar a frequência de seus aviões de transporte C-17 para 24 por dia.Funcionários americanos informaram que estavam em contato com comandantes talibãs para garantir a segurança das operações no aeroporto internacional Hamid Karzai.

O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, indicou que os Estados Unidos podem decidir manter sua presença diplomática no Afeganistão - que agora opera fora do aeroporto, após o fechamento da embaixada - além de 31 de agosto: "Se for seguro e responsável para nós potencialmente ficar mais tempo, isso é algo que podemos considerar."

Equipamento em poder dos talibãs

A Casa Branca reconheceu hoje que os talibãs se apossaram de uma quantidade significativa de equipamento militar dos Estados Unidos depois de assumirem o controle do Afeganistão, após duas décadas de guerra.

Fotos e vídeos mostram o Talibã com armas de fogo e veículos usados pelas tropas do Pentágono ou fornecidos às forças de segurança nacional afegãs, além de helicópteros UH-60 Black Hawk e outros equipamentos no aeroporto de Kandahar.

"Não temos todos os detalhes, obviamente, de onde cada artefato do material de defesa foi parar. Mas certamente uma boa parte caiu nas mãos do Talibã", disse Jack Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca. "Obviamente, não acreditamos que nos devolvam facilmente", acrescentou.

Sullivan observou que os helicópteros foram entregues às forças do governo afegão para ajudar na luta contra o Talibã. Mas as forças do governo sucumbiram rapidamente à insurgência islâmica, abrindo mão do controle de grandes depósitos de armas e seus helicópteros.

Passageiros diários

Os Estados Unidos deram conta hoje de uma aceleração do ritmo das evacuações no Afeganistão, afirmando que os talibãs, que controlam Cabul, não estavam interrompendo as operações no aeroporto. "Não tivemos interações hostis, nenhum ataque ou ameaça do Talibã", disse o general Hank Taylor.

Desde a reabertura do aeroporto de Cabul, na madrugada desta terça-feira, após uma paralisação de várias horas por questões de segurança, os Estados Unidos evacuaram cerca de 800 pessoas, incluindo 165 americanos, em sete voos, disse ele.

A meta dos Estados Unidos é aumentar os voos para um avião por hora, a fim de transportar entre 5.000 e 9.000 passageiros por dia. "Tomamos as medidas adequadas para retomar operações seguras e organizadas no aeroporto", disse Taylor.

Outros países, incluindo Alemanha e França, também conseguiram pousar aviões em Cabul para resgatar afegãos e nacionais.

Taylor se manifestou um dia depois que circularam imagens de centenas de afegãos que tentavam impedir a partida de um enorme avião militar, pendurando-se à parte externa da aeronave, na pista do aeroporto de Cabul. Nos vídeos, duas pessoas pareciam cair do avião após a decolagem. Outra, de acordo com o "Washington Post", foi, mais tarde, encontrada morta no trem de pouso.

O porta-voz do Pentágono, John Kirby, disse que a Força Aérea dos Estados Unidos está investigando esses incidentes. Os Estados Unidos prometeram aceitar milhares de afegãos que trabalharam a seu serviço, além de suas famílias, e que temem uma retaliação do Talibã. Mais de 1.000 foram evacuados desde o início das operações, há três dias.

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