Atentado em mercado de Bagdá, uma mensagem violenta do EI

Na segunda-feira à noite, a capital iraquiana voltou a viver o horror dos atentados, depois de meses de relativa calma.

Bagdá acordou em choque nesta terça-feira (20), após o atentado da véspera em um mercado popular reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), um ataque que gera preocupação sobre a capacidade da organização extremista, oficialmente derrotada, de atingir o coração do Iraque.

 

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Na segunda-feira à noite, a capital iraquiana voltou a viver o horror dos atentados, depois de meses de relativa calma.

 

Na véspera da festa muçulmana do Eid al Adha, que celebra o Sacrifício, as famílias faziam compras no mercado de Al Woheilat, em Sadr City, grande bairro pobre do leste de Bagdá.

 

De acordo com fontes das forças de segurança e dos serviços de saúde, um homem-bomba detonou o cinturão de explosivo, gerando pânico e cenas de caos no mercado.

 

As autoridades não divulgaram um balanço oficial, mas uma fonte médica citou pelo menos 36 mortos, em sua maioria mulheres e crianças, além de 60 feridos.

 

O mercado estava fechado nesta terça-feira e sob alta vigilância policial.

 

Em um comunicado, o primeiro-ministro Mustafa al Kazimi prometeu que "o terrorismo não permanecerá impune" e que os "autores serão perseguidos".

 

O atentado aconteceu pouco antes de uma visita de Kazimi a Washington para uma reunião com o presidente Joe Biden, prevista para o fim de semana, e em um contexto político de crise, poucos meses antes das eleições legislativas de outubro.

 

"Com a aproximação das eleições, as operações terroristas pretendem enviar a mensagem de que o sistema político é frágil e deficiente. O ataque pretende provar que a organização (EI) continua existindo e tem capacidade de atingir alvos em Bagdá", afirmou o presidente da Associação Iraquiana de Ciência Política, Osama Saidi.

 

Depois de controlar importantes partes do território iraquiano entre 2014 e 2017, o EI foi derrotado pelas tropas iraquianas apoiadas por uma coalizão internacional antijihadista liderada pelos Estados Unidos.

 

Células da organização continuam presentes no país, porém, em particular nas zonas montanhosas e desérticas, e reivindicam ataques pontuais.

 

Em um atentado em janeiro deste ano, dois homens-bomba detonaram cargas explosivas em um mercado de Bagdá e mataram 32 pessoas.

 

Em maio, quatro ataques não reivindicados mas atribuídos ao EI tiveram militares como alvos em cidades próximas à capital. Os atentados deixaram 18 mortos.

 

Para o analista iraquiano Jassem al Musaui, o atentado do mercado de Sadr City ressalta "a fragilidade das forças de segurança, que não foram formadas de maneira profissional, e sim com base em sua lealdade política".

 

Sadr City é o reduto dos partidários do líder xiita Muqtada al Sadr, cuja influência é, com frequência, determinante na política nacional.

 

A ONU condenou um "atentado horrível que recorda que o terrorismo não tem limite".

 

O presidente iraquiano, Barham Saleh, denunciou no Twitter "um crime odioso e de uma crueldade sem precedentes".

 

"Atacam nossos civis em Sadr City na véspera do Eid. Não aceitam que as pessoas fiquem alegres em nenhum momento", completou.

 


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