Saiba quem pode viajar para a Alemanha

Autor DW Tipo Notícia
Quem tem permissão para entrar no país? É preciso cumprir quarentena ou um teste negativo basta? E se já tenho as duas doses da vacina? Respondemos aqui as perguntas mais importantes.Após longos meses de confinamento, a Europa abre-se lentamente aos turistas. Como a incidência da infecção por covid-19 diminuindo, nas últimas semanas foram aliviadas restrições rigorosas de entrada. Isto se aplica acima de tudo aos países da União Europeia e ao espaço Schengen. Mesmo assim, para entrar na Alemanha, em 1º de julho entraram em vigor novas restrições. Antes de tudo, é preciso se certificar se o país de origem é classificado como área de risco pela Alemanha. Se for, é preciso preencher um pedido digital de entrada. Além disso, caso ainda não tenham sido vacinados ou não tenham tido a doença nos últimos seis meses, os viajantes devem apresentar um teste negativo de covid-19. Nesse caso, turistas não precisam passar pela quarentena. O passaporte digital de vacinação em toda a União Europeia (UE) está em vigor desde 1º de julho. Ela facilita a entrada no país e o acesso a eventos, por exemplo. Os dados sobre vacinas, testes e infecções superadas podem ser acessados de forma fácil e rápida.Já para os turistas brasileiros as viagens tem que ser postergadas: o país europeu proíbe a entrada de viajantes vindos do Brasil e de outros países com forte presença de variantes mais transmissíveis do novo coronavírus.Segundo a Embaixada da Alemanha no Brasil, a proibição da entrada, porém, prevê exceções para cidadãos alemães bem como seus cônjuges, companheiros (residentes na mesma casa) e filhos menores; e pessoas que tenham residência e direito de permanência na Alemanha bem como seus cônjuges, companheiros (residentes na mesma casa) e filhos menores.Há exceções ainda, por exemplo, para profissionais do setor do transporte de bens, da saúde e pessoas que viajam para a Alemanha por razões humanitárias e urgentes (como em caso de nascimento de um filho próprio e em caso de tratamento médico) comprovadas através de visto ou declaração consular.Advertências de viagem Também em 1º de julho, foram levantadas as advertências de viagem para áreas de risco simples (incidência de sete dias acima de 50). O Ministério do Exterior da Alemanha não mais adverte explicitamente contra viagens a mais de 80 países no mundo inteiro, mas pede "cuidado especial". Isto significa que os turistas e alemães que retornam ao país natal não precisam mais se registrar para entrar ou fazer um teste, a menos que estejam chegando de avião. Na Europa, não há mais nenhuma área de alta incidência. Uma advertência de viagem agora só se aplica a partir de uma incidência de 200 e para áreas nas quais as variantes perigosas do vírus se espalharam fortemente. Atualmente são 16 países em todo o mundo. Reino Unido, Portugal, Rússia e Brasil, entre outros, ainda estão classificados como áreas de variantes de vírus. Esta medida tem consequências muito práticas para os turistas: durante a pandemia, a advertência de viagem permitiu principalmente que os turistas cancelassem as reservas gratuitamente. Esta opção agora não está mais disponível. A situação é diferente para as seguradoras de viagem.Elas não tinham que pagar nenhuma indenização, pois a advertência geralmente desaconselhava viagens turísticas. Entretanto, como agora é recomendado apenas "cuidado especial", as companhias de seguro precisam pagar se turistas adoecerem de covid-19 no exterior ou ficarem presas lá devido a alguma medida de proteção. A maioria dos países da UE não está atualmente sujeita a nenhuma restrição de entrada, uma vez que não se enquadram mais no grupo de áreas de risco devido aos baixos números de infecção. Qualquer pessoa que quer entrar na Alemanha por terra, mesmo alemães que voltam para casa, não precisa estar vacinada, recuperada ou ser testada.Entretanto, qualquer um que quiser entrar na Alemanha por via aérea deve provar que foi vacinado, ou se recuperou de covid, ou mostrar um teste negativo antes da partida, independente da origem e da taxa de incidência naquele país. O regulamento também se aplica aos viajantes alemães que retornam. Preocupação com a propagação da variante delta O governo alemão atualmente está particularmente preocupado com a rápida disseminação da variante delta do novo coronavírus, que é considerada altamente contagiosa. Portanto, as viagens de áreas onde o delta é galopante devem ser evitadas na medida do possível. Portugal, por exemplo, é considerado área de variante do vírus. Berlim emitiu, portanto, uma proibição total de viajar para o país. Em termos concretos, isto significa que somente cidadãos alemães e estrangeiros residentes na Alemanha estão autorizados a viajar para ou da Alemanha em ônibus, trem ou avião. Eles devem então se isolar por 14 dias, mesmo que já tenham sido vacinados ou se tenham recuperado de covid-19. A quarentena não pode ser interrompida através de testes. O mesmo se aplica ao Reino Unido e à Rússia, onde as infecções estão novamente aumentando devido à variante delta. Mesmo os que queiram vir de uma área de alta incidência (sete dias com taxa de incidência acima de 200) devem ser colocados em quarentena, mas podem ser liberados após o quinto dia. Convalescentes e pessoas vacinadas estão isentos de quarentena.Entrada de turistas do exteriorEmbora as viagens turísticas dentro da UE sejam possíveis há muito tempo sob certas condições, turistas de outros continentes não estavam autorizados a entrar na Alemanha. Mas isto está mudando gradualmente. Em 25 de junho, o governo alemão passou a permitir a entrada de cidadãos de outros continentes, desde que estejam vacinados. Vacinas que não tenham sido aprovadas pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) não são aceitas. Nenhuma restrição de entrada se aplica aos viajantes de 15 países, incluindo Israel, Tailândia, Austrália e EUA.Para os viajantes alemães, no entanto, isto não significa que agora estejam autorizados a viajar a outros continentes, nem mesmo àqueles para os quais não há restrições de entrada na Alemanha. Os Estados Unidos, por exemplo, não permitem a entrada de turistas alemães. Alívio e a preocupação na indústria turística alemãO fato de haver agora facilidades de entrada de longo alcance para países da UE, mas também para viajantes de outros continentes, agrada à indústria turística alemã. Nos últimos meses, o segmento foi o que mais sofreu com as restrições devido à pandemia. A indústria turística alemã está sentindo falta de turistas americanos em particular. Depois de holandeses e suíços, americanos formavam o terceiro maior grupo de visitantes na Alemanha antes da pandemia. Heidelberg era particularmente popular entre os americanos. Aqui eles representavam a maior proporção de turistas estrangeiros. No entanto, a facilidade de entrada de cidadãos de outros países ainda não é perceptível, diz Mathias Schiemer, diretor-geral de Marketing de Heidelberg. "Isto afeta principalmente os hotéis especializados em hóspedes internacionais", disse Schiemer à DW. Entretanto, acrescentou, a cidade vem se concentrando mais no turismo doméstico há anos. "Isto agora está dando frutos. É bom ver que a cidade está viva e vibrante novamente", assinalou. Por causa da pandemia, muitos alemães preferem viajar dentro do próprio país também neste verão europeu. Em muitos lugares, hotéis e alojamentos de férias já não têm mais vagas, especialmente nas regiões costeiras e no sul do país. Muitos alemães passarão férias em casa Entretanto, a propagação da variante delta está turvando a antecipação. Muitos turistas de Portugal cancelaram prematuramente sua viagem devido à classificação de seu destino como uma área variante do vírus. Grandes empresas de viagens, como Tui e DER Touristik, suspenderam suas viagens ao país. Muitos políticos alemães estão agora exigindo restrições de entrada mais rigorosas, como testes obrigatórios, especialmente para aqueles que retornam dao país. No final de junho, o governo alemão havia rejeitado medidas mais duras. A Associação Alemã de Viagens também adverte contra novas restrições, pois elas poderiam confundir os turistas. No entanto, provavelmente não haverá um verão de viagens despreocupadas, como muitos esperavam há apenas algumas semanas.Autor: Felix Schlagwein

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