Investigação revela denúncias de estupro na escola de ioga multinacional Sivananda
Pelo menos 14 mulheres acusam professores veteranos da Sivananda de cometer abusos. A Sivananda foi fundada por Swami Vishnudevananda em 1959, em Montreal, Canadá. Ele é um dos acusados de abusos
Aviso: esta reportagem contém descrições de abuso sexual
Uma investigação da BBC News revela denúncias de abuso sexual ocorridos em centros da escola de ioga da Sivananda. Pelo menos 14 mulheres acusam professores veteranos da Sivananda de cometer abusos, incluindo o precursor do movimento, Swami Vishnudevananda.
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A Sivananda, que também está presente no Brasil, é uma forma de ioga clássica que enfatiza o bem-estar físico e espiritual. Fundada por Swami Vishnudevananda em 1959, em Montreal, no Canadá, ganhou este nome em homenagem a seu guru Swami Sivananda.
Em dezembro de 2019, uma postagem no Facebook sobre o venerado fundador do movimento já falecido, Swami Vishnudevananda, denunciou o primeiro abuso. Uma mulher chamada Julie Salter havia escrito que Vishnudevananda abusou sexualmente dela durante três anos na sede da Sivananda, no Canadá.
Ela escreveu que quando finalmente encontrou forças — décadas depois — para denunciar o episódio ao conselho de administração da Sivananda, "as reações variaram do silêncio à tentativa de silenciar".
Nascida na Nova Zelândia, Julie tinha 20 anos e estava em uma viagem a Israel quando conheceu os ensinamentos da Sivananda. Ela rapidamente entrou no movimento e, em 1978, se mudou para a sede deste, no Canadá.
Vishnudevananda estava baseado lá, e Julie foi convidada a ser sua assistente pessoal, algo que ela inicialmente considerou um privilégio.
No entanto, sua jornada era cruel. Trabalhava das 5h até quase meia-noite, sete dias por semana — tudo isso sem remuneração. E diz que Swami Vishnudevananda se tornou imprevisível, muitas vezes gritava com ela.
"Então, é claro, meus próprios limites estavam ficando cada vez mais fragilizados", afirma. Até que um dia, quando Julie estava trabalhando na casa de Vishnudevananda, ela o encontrou deitado ouvindo fitas de devoção. Ele pediu que ela deitasse ao lado dele.
Quando Julie disse que não entendia o que ele queria, ele disse a ela: "Tantra ioga" — uma prática de ioga que se tornou associada ao sexo espiritual, mas simplesmente significa trabalhar a iluminação espiritual por meio do relaxamento profundo.
No entanto, Julie diz que Vishnudevananda só havia feito referência a isso em termos teóricos, durante uma palestra. "Eu disse: 'Não entendo' e, apesar de tudo em meu corpo e na minha mente dizer 'não', eu deitei. E então houve o contato sexual. E depois, eu estava lá embaixo novamente, trabalhando, com muita vergonha — e tudo mais — angústia, me culpando, culpada. "
Julie diz que foi coagida a vários atos sexuais, incluindo sexo com penetração, por mais de três anos. A BBC revela ainda denúncias de abuso de poder e influência dentro da organização que eu tanto prezava. Uma ex-funcionária disse que suas preocupações não foram levadas em conta pelo conselho da Sivananda.
O relacionamento guru-discípulo, conhecido na ioga como guru shishya parampara, é um acordo tácito de que o seguidor se renderá aos desejos do guru.
Julie agora considera as ações de Vishnudevananda como estupro, já que estava num posição frágil para consentir, dada a "dinâmica de poder" em jogo. "Eu estava bastante isolada, morando do outro lado do mundo, da família, de tudo o que conhecia no passado. Dependia financeiramente da organização."
Há cerca de 60 ashrams (comunidades) e centros de Sivananda em 35 países ao redor do mundo e cerca de 50 mil professores de Sivananda formados. Vários outros gurus de ioga renomados foram acusados de abusar de sua posição nos últimos anos, incluindo Bikram Chaudhry, Pattabhi Jois e Bhagwan Rajneesh.
Denúncias não foram ouvidas
Quando Julie finalmente encontrou forças para denunciar seu abuso, em 2003, compareceu a uma reunião com um membro do Conselho de Membros Executivos (EBM, na sigla em inglês). O conselho foi criado por Vishnudevananda para cuidar da Sivananda após sua morte. Ela diz que o membro do conselho era Swami Mahadevananda.
"Ficamos lá por um tempo, mas basicamente ele reconheceu que sabia disso havia anos." Swami Mahadevananda é um dos outros professores alvo de acusações de abuso sexual — mas na época Julie não sabia disso.
Julie diz que compartilhou as acusações com mais quatro membros do conselho nas semanas seguintes. Os conselheiros negam que Julie tenha discutido suas denúncias com eles em 2003. No entanto, a BBC viu um e-mail de Mahadevananda no qual ele confirma que encontrou com Julie naquela época. Ele descreve o encontro como informal, mas diz que depois dessa reunião as denúncias se tornaram "de conhecimento amplo".
Em 2006, Julie participou de uma reunião mediada com a EBM, em que ocorreram discussões sobre algum tipo de apoio financeiro para ela. As denúncias de abuso também foram levantadas.
Os conselheiros disseram à BBC que ambos os lados ficaram satisfeitos com os resultados na época, mas Julie afirma que nada se materializou. Portanto, no ano seguinte, o advogado de Julie escreveu ao conselho pedindo uma compensação e ameaçando entrar com uma ação de indenização.
Em resposta, ela recebeu uma carta do advogado da EBM questionando por que Julie estava levantando o assunto tanto tempo depois do suposto abuso.
A Sivananda afirma que, após a reunião com Julie, eles começaram a implementar protocolos para membros e convidados destinados a oferecer a todos um ambiente seguro para se falar sobre tais denúncias. A BCC questionou por que eles continuam a reverenciar o homem que abusou dela sexualmente. A "Organização Sivananda honra sua linhagem e seus ensinamentos", foi a resposta deles.
Outros casos
Duas duas mulheres se manifestaram nos comentários do post de Julie no Facebook alegando que Vishnudevananda havia abusado delas também.
Uma delas, identificada como Pamela, conta que Vishnudevananda a estuprou durante um retiro em 1978 no Castelo de Windsor, no Reino Unido, quando ela estava deitada em um profundo estado de relaxamento, conhecido na ioga como postura do cadáver.
Lucille relata que ele a estuprou três vezes em meados dos anos 1970 no ashram canadense. Ela conta que, nas duas primeiras vezes, ela ingenuamente justificou o ato como ioga tântrica, mas na terceira vez ele deu dinheiro a ela, e ela se sentiu "como uma prostituta".
Vishnudevananda morreu em 1993, mas Julie levou mais seis anos para encontrar forças para deixar a organização.
Acusações contra outros professores
Mais 11 mulheres fizeram sérias acusações contra dois outros professores da Sivananda, um dos quais a BBC acredita ainda estar ativo na organização.
Entre as acusações chocantes está o relato de Marie (nome fictício), que diz que foi aliciada por um professor — que não foi identificado por motivos legais — durante vários anos.
Ela conta que ficou muito confusa quando o relacionamento deles se tornou sexual, mas sentiu que não tinha escolha a não ser seguir em frente. Depois de mais de um ano sem qualquer contato sexual com ele, ela se lembra de uma ocasião em que ele entrou em seu quarto sem ser convidado. Silenciosamente, subiu em cima dela, a penetrou, ejaculou e saiu sem dizer uma palavra.
Cinco outras mulheres disseram que esse mesmo homem abusou sexualmente delas. Elas não se conhecem, mas todas as suas histórias seguem um padrão semelhante de aliciamento e abuso.
Catherine (nome fictício) contou que tinha apenas 12 anos e participava de um acampamento infantil da Sivananda no Canadá, nos anos 1980, quando o professor começou a se interessar por ela. Ela diz que o homem fazia massagem e tocava na sua bunda.
Quando ela fez 15 anos, ele começou a tocá-la de forma mais explícita, pegando nela entre as pernas e tocando seus seios. Ela afirma que a última vez que foi abusada por ele tinha 17 anos. Ela estava tirando uma soneca e acordou com ele em cima dela. Ela deixou a organização naquele dia.
Outra mulher afirma que foi abusada pelo mesmo homem em 2019. A BBC contatou esse homem, mas ele não respondeu às acusações. Segundo a reportagem, ele ainda está ativamente envolvido com a Sivananda na Índia, embora a organização negue isso.
O outro professor acusado de abuso é Maurizio Finocchi, também conhecido como Swami Mahadevananda. Conversei com oito mulheres que apresentaram acusações contra ele. Uma delas, Wendy, trabalhava como assistente pessoal de Mahadevananda na sede do Canadá ,em 2006.
Uma de suas tarefas era imprimir seus e-mails e levá-los até sua cabana. No dia em questão, ele pediu para ela levar os e-mails e seu café da manhã no quarto, onde ele estava sentado na cama. Quando entregou a bandeja, ela conta que ele agarrou seu braço e puxou o lençol, e ela percebeu que ele estava se masturbando. Ela diz que ele ejaculou no seu braço.
"Eu só me lembro de sentir que praticamente não era humana para ele. Eu era realmente um meio para um fim." Wendy diz que se as mulheres abordassem seus superiores para reportar um comportamento preocupante — e em alguns casos, criminoso —, a equipe colocaria isso no âmbito de um ensino espiritual chamado "graça do guru".
"Se algo fosse problemático ou confuso — e estou falando até de coisas administrativas... mas certamente de relações sexuais e relacionamentos questionáveis —, diriam a você: 'Não, o fato de você estar tendo um problema é, na verdade, 'graça do guru'."
"Como se você estivesse aprendendo algum tipo de lição valiosa." A reportagem entrou em contato com Mahadevananda para questionar sobre as acusações, mas nossa solicitação não foi respondida.
A BBC, no entanto, viu uma cópia de um e-mail que ele enviou a uma advogada que recebeu financiamento coletivo de um grupo da comunidade Sivananda no Facebook, chamado Project Satya. No e-mail, ele se desculpa pelo que chama de seus "erros" e promete "se esforçar para não fazer isso de novo".
Conselho já sabia de abusos
De acordo com a investigação existem evidências de que o Conselho de Membros Executivos da Sivananda sabia da suposta impropriedade sexual de Mahadevananda já em 1999. Porque ele mesmo admitiu isso a eles.
Swami Saradananda, uma mulher americana que fazia parte do EBM na época, contou que em 1998/99 recebeu um telefonema da diretora do ashram de Nova Déli (Índia) aos prantos. A diretora disse a ela que Mahadevananda estava andando sem calça — o que Saradananda interpretou como de cueca.
Quando ela telefonou para questionar Mahadevananda, ele explicou que não era verdade. Ele não estava de cueca — estava nu. E essa não foi sua única revelação.
"Ele me disse que não usava nada abaixo da cintura e entrou no escritório onde [a diretora de Déli] estava trabalhando e se masturbou na frente dela."
Swami Saradananda, profundamente desconcertada, diz que levantou essa questão na reunião seguinte do EBM.
Ela diz que todos os dispositivos de gravação foram desligados, e a secretária retirada da sala. Mahadevananda estava presente e, segundo ela, confirmou que seu relato era verdadeiro.
"E ele disse: 'Mas se ela não quiser que eu faça isso, tudo bem, grande coisa. Não vou mais fazer.'" Quando ela interrompeu para perguntar como iriam lidar com a confissão de Mahadevananda, um dos membros do conselho respondeu: "Bem, ele já disse que não vai mais fazer isso. O que você quer? O sangue dele?"
Em poucos meses, Saradananda recebeu um fax informando que ela havia sido removida por votação do conselho. Apresentamos essa alegação ao EBM, mas eles não responderam.
As revelações podem explicar a reação do Conselho quando, em 2006, Wendy, assistente pessoal de Mahadevananda na sede do Canadá, revelou que sofreu abusos por parte do professor. Ela disse a um membro sênior da equipe na sede canadense que Mahadevananda havia ejaculado nela.
A resposta dele, segundo ela, foi: "Droga, de novo não". O membro da equipe disse a ela para não se preocupar — a organização havia providenciado uma terapia para Swami Mahadevananda.
"Eu não sabia que no Canadá isso seria definido como abuso sexual. E não sabia naquela época que isso poderia ter sido levado à polícia", diz Wendy.
Treze anos depois, o EBM acabou investigando Mahadevananda e este anunciou sua aposentadoria em sua revista mensal — uma aposentadoria que eles admitiram que estão financiando. A nota dizia que a diretoria executiva agradecia seu "serviço dedicado e inspirador".
Grupo para investigar abusos contabiliza denúncias de até 30 mulheres
Em resposta à falta de responsabilidade e ação apropriada por parte da organização Sivananda, um grupo comunitário chamado Projeto Satya para liderar uma investigação independente. Carol Merchasin, a advogada contratada por financiamento coletivo pelo projeto, diz que conversou com de 25 a 30 mulheres que fizeram denúncias de abuso sexual contra funcionários da Sivananda. Segundo ela, cada um dos relatos é crível.
De acordo com o EBM, o professor acusado de abusar de Catherine e outras mulheres foi suspenso de suas funções enquanto investigavam o caso. Contudo, segundo várias fontes ouvidas pela BBC ele ainda está envolvido nos ashrams indianos da Sivananda. Um deles, em Kerala, informou que ele de fato ministrou um curso completo lá no início deste ano.
O EBM, Conselho de Membros Executivos da Sivananda, recusou o pedido de entrevista, mas enviou uma declaração dizendo que "se solidariza totalmente com aqueles que se manifestaram e oferece a qualquer indivíduo que sinta que pode ter sido afetado pela conduta referida [na investigação da BBC] a garantia de que não vai tolerar abusos ou ignorar comportamento impróprio".
O conselho se desculpa "sem reservas" por quaisquer erros históricos cometidos ao abordar as denúncias detalhadas na investigação.
"Como resultado dessas denúncias, a Sivananda encomendou uma investigação independente e nomeou especialistas jurídicos que ajudaram a revisar e implementar políticas de proteção e colocar em prática o treinamento apropriado", diz a nota.
Ainda segundo o conselho, a Organização Sivananda estabeleceu um sistema de denúncia confidencial para qualquer pessoa que esteja preocupada com abusos. "É uma prioridade absoluta para a Organização Sivananda que qualquer pessoa que entre em contato com ela, em qualquer função, esteja protegida de abuso ou sofrimento. A Organização Sivananda é uma ordem monástica dedicada à saúde física, mental e espiritual e é comprometida com a segurança de todos os seus membros", finaliza a nota.
A BBC teve acesso a quatro dos relatórios da investigação sobre o professor que não pode ser identificado, todos os quais concluem que, com base no juízo de probabilidade, as vítimas são confiáveis e seus testemunhos são verdadeiros, e que duas delas relataram seus abusos ao EBM.
Violência contra a mulher - o que é e como denunciar?
A violência doméstica e familiar constitui uma das formas de violação dos direitos humanos em todo o mundo. No Brasil, a Lei 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, caracteriza e enquadra na lei cinco tipos de violência contra a mulher: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial.
Entenda as violências:
Violência física: espancamento, tortura, lesões com objetos cortantes ou perfurantes ou atirar objetos, sacudir ou apertar os braços
Psicológica: ameaças, humilhação, isolamento (proibição de estudar ou falar com amigos)
Sexual: obrigar a mulher a fazer atos sexuais, forçar matrimônio, gravidez ou prostituição, estupro.
Patrimonial: deixar de pagar pensão alimentícia, controlar o dinheiro, estelionato
Moral: críticas mentirosas, expor a vida íntima, rebaixar a mulher por meio de xingamentos sobre sua índole, desvalorizar a vítima pelo seu modo de se vestir
A Lei 13.104/15 enquadrou a Lei do Feminícidio - o assassinato de mulheres apenas pelo fato dela ser uma mulher. O feminicídio é, por muitas vezes, o triste final de um ciclo de violência sofrido por uma mulher - por isso, as violências devem ser denunciadas logo quando ocorrem. A lei considera que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
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Veja como buscar ajuda:
Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180
Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza (DDM-FOR)
Rua Teles de Souza, s/n - Couto Fernandes
Contatos: (85) 3108- 2950 / 3108-2952
Delegacia de Defesa da Mulher de Caucaia (DDM-C)
Rua Porcina Leite, 113 - Parque Soledade
Contato: (85) 3101-7926
Delegacia de Defesa da Mulher de Maracanaú (DDM-M)
Rua Padre José Holanda do Vale, 1961 (Altos) - Piratininga
Contato: 3371-7835
Delegacia de Defesa da Mulher de Pacatuba (DDM-PAC)
Rua Marginal Nordeste, 836 - Jereissati III
Contatos: 3384-5820 / 3384-4203
Delegacia de Defesa da Mulher do Crato (DDM-CR)
Rua Coronel Secundo, 216 - Pimenta
Contato: (88) 3102-1250
Delegacia de Defesa da Mulher de Icó (DDM-ICÓ)
Rua Padre José Alves de Macêdo, 963 - Loteamento José Barreto
Contato: (88) 3561-5551
Delegacia de Defesa da Mulher de Iguatu (DDM-I)
Rua Monsenhor Coelho, s/n - Centro
Contato: (88) 3581-9454
Delegacia de Defesa da Mulher de Juazeiro do Norte (DDM-JN)
Rua Joaquim Mansinho, s/n - Santa Teresa
Contato: (88) 3102-1102
Delegacia de Defesa da Mulher de Sobral (DDM-S)
Av. Lúcia Sabóia, 358 - Centro
Contato: (88) 3677-4282
Delegacia de Defesa da Mulher de Quixadá (DDM-Q)
Rua Jesus Maria José, 2255 - Jardim dos Monólitos
Contato: (88) 3412-8082
Casa da Mulher Brasileira
A Casa da Mulher Brasileira é referência no Ceará no apoio e assistência social, psicológica, jurídica e econômica às mulheres em situação de violência. Gerida pelo Estado, o equipamento acolhe e oferece novas perspectivas a mulheres em situação de violência por meio de suporte humanizado, com foco na capacitação profissional e no empoderamento feminino.
Telefones para informações e denúncias:
Recepção: (85) 3108.2992 / 3108.2931 – Plantão 24h
Delegacia de Defesa da Mulher: (85) 3108.2950 – Plantão 24h, sete dias por semana
Centro Estadual de Referência e Apoio à Mulher: (85) 3108.2966 - segunda a quinta, 8h às 17h
Defensoria Pública: (85) 3108.2986 / segunda a sexta, 8h às 17h
Ministério Público: (85) 3108. 2940 / 3108.2941, segunda a sexta , 8h às 16h
Juizado: (85) 3108.2971 – segunda a sexta, 8h às 17h