Nos EUA, Biden tenta conter onda de crimes pós-pandemia

O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira, 23, um plano para tentar conter a violência nas cidades americanas e os homicídios causados por armas de fogo. O aumento da violência armada se tornou uma questão política para os democratas, que devem ser confrontados sobre o tema pelos republicanos nas eleições legislativas de 2022.

"O crime aumenta historicamente durante o verão e, conforme emergimos desta pandemia, com o país se abrindo novamente, o pico tradicional do verão pode ser maior do que normalmente seria", disse Biden ontem, ao anunciar uma estratégia federal para tentar conter os homicídios. A Casa Branca prevê que o verão, que dura até setembro no Hemisfério Norte, será um período "tumultuado".

Segundo dados usados pelo governo americano, os homicídios cresceram 30% nas grandes cidades americanas no ano passado. No primeiro trimestre deste ano, o aumento foi de 24%, na comparação com o mesmo período de 2020, e 49% se comparados aos primeiros três meses de 2019.

No ano passado, os democratas apoiaram manifestantes que foram às ruas contra o racismo e a violência policial. Entre as pautas, os ativistas pediam o corte de verbas das polícias. No entanto, a onda de homicídios com armas de fogo colocou a criminalidade no centro do debate político - uma pauta que os republicanos costumam explorar entre seus eleitores.

De um lado, os democratas asseguram que o amplo acesso às armas está na raiz do problema. De outro, os republicanos argumentam que é necessário fortalecer ainda mais as polícias, algo que, segundo eles, os democratas não estão dispostos a fazer.

As primárias para prefeito de Nova York foram um sinal de como o aumento na criminalidade armada preocupa eleitores do Partido Democrata. Na frente da disputa, realizada na terça-feira, 22, está Eric Adams, um ex-policial considerado um democrata moderado, que teve como principal plataforma de campanha a luta contra a criminalidade.

Biden anunciou ontem um plano com cinco eixos estratégicos, sendo um dos principais a política de "tolerância zero" para lojas que vendem armas em desacordo com a legislação federal. A licença dos revendedores será cassada na primeira ocasião em que violarem as regras ao permitir acesso a armas a quem não poderia comprá-las, por exemplo.

"Se você vender intencionalmente uma arma para alguém que não pode possuí-la, se você falsificar um registro, se você deixar de cooperar com uma solicitação de rastreamento para inspeções, minha mensagem para você é esta: nós vamos encontrar você e vamos cassar sua licença para vender armas", disse Biden, que assegurou que 5% dos comerciantes de armas do país vendem 90% das armas ilegais encontradas nas cenas de crimes.

O foco no armamento é um terreno mais confortável para os democratas, que há anos tentam endurecer o acesso às armas nos EUA, mas esbarram na resistência dos republicanos no Congresso. Em abril, após uma série de ataques a tiros, Biden anunciou um pacote de decretos para tentar ampliar o controle de armas no país. Na ocasião, o presidente americano disse que os ataques a tiros eram uma epidemia.

Ontem, a Casa Branca também anunciou que a verba de US$ 350 bilhões a Estados e municípios prevista no pacote de estímulo conhecido como "American Rescue Plan", aprovado em fevereiro, poderá ser usada pelas autoridades locais para contratar policiais e investir em programas de redução da violência por armas de fogo. Autoridades locais também podem usar o dinheiro para programas comunitários - e a Casa Branca articulou com doadores o financiamento a cidades que já adotam esse tipo de estratégia.

Por fim, o governo federal deu diretrizes para que as autoridades locais estabeleçam programas de verão para jovens e estratégias de ressocialização de ex-detentos, para evitar a reincidência de crimes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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