Papa fala em preferência aos pobres e cita dom Hélder em mensagem de Natal
Tornado arcebispo de Olinda e Recife em 1964, Helder era envolvido com causas sociais e foi um contraponto à ditadura militarDurante benção de Natal realizada anualmente para a cúpula da Igreja Católica, no Vaticano, o papa Francisco fez menção às palavras de dom Hélder Pessoa Câmara, antigo arcebispo de Olinda e Recife em 1964, morto em 1999 e cujo nome está em processo de canonização desde fevereiro de 2015. O objetivo de Francisco foi pedir “uma colaboração generosa e apaixonada no anúncio da boa-nova sobretudo para os pobres”.
Em uma de suas frases famosas, dom Hélder disse: “Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo; quando pergunto por que eles são pobres, chamam-me de comunista”. Décimo-primeiro filho de um jornalista e de uma professora primária, dom Hélder foi ordenado padre aos 22 anos e ainda jovem se envolveu com causas sociais.
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Ele era intensamente forte, envolvido com causas sociais e luta contra a ditadura militar. Lutou em prol do fortalecimento das comunidades eclesiais de base. Por sua atuação, foi visto como líder na defesa dos direitos humanos, sendo depois acusado de comunista. Com o apelido de “arcebispo vermelho”, foi perseguido pelos militares, principalmente, depois do Ato Institucional nº 5, que marcou o período de maior repressão da ditadura militar.
Reflexão sobre o significado da crise
Durante seu pronunciamento de natal, o papa Francisco acrescentou que a “pandemia é uma ocasião propícia para uma breve reflexão sobre o significado da crise em si mesma”. “A crise é um fenômeno que afeta a tudo e a todos. Presente por todo lado em cada período da história, envolve as ideologias, a política, a economia, a técnica, a ecologia, a religião. Trata-se de uma etapa obrigatória da história pessoal e social.”, disse.
Segundo ele, pode ser também um momento de transformação. “A crise é aquele crivo que limpa o grão de trigo depois da ceifa”, afirmou Francisco.
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