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Ana Paula Valadão responsabiliza gays pela Aids e diz que doença é "consequência natural do pecado"

Vídeo viralizou nas redes sociais e declarações geraram revolta dos internautas
18:52 | Set. 12, 2020
Autor Everton Lacerda
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Everton Lacerda Estagiário de jornalismo
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Tipo Notícia

A pastora Ana Paula Valadão viralizou na internet neste sábado, 12, após aparecer em vídeo afirmando que “a união sexual entre dois homens causa uma enfermidade que leva à morte”, referindo-se à Aids, doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). A declaração foi feita no programa “Diante do Trono”, transmitido pela Rede Super.

A cantora inicia o vídeo afirmando que “isso não é normal”, se referindo à homossexualidade, e logo engata afirmando que “Deus criou o homem e a mulher e é assim que nós cremos”, afirmou, sendo aplaudida pela plateia presente no programa.

No vídeo, a cantora também disse que outra orientação sexual que não seja heterossexual é uma “opção sexual, uma escolha do livre arbítrio do ser humano” e que “qualquer escolha leva (a) consequências”, justificando que a Aids seja uma “consequência natural” para o pecado de casais homoafetivos.

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Repercussão


Com as mais recentes declarações, a cantora gerou polêmica entre usuários do Twitter e chegou ao ranking de assuntos mais comentados da rede social. Os internautas demonstraram repúdio pela fala de Valadão, que ainda não se pronunciou após o ocorrido e tornou privado o seu perfil do Twitter.



A Aliança Nacional LGBTI+ anunciou, também neste sábado, que irá entrar com processo contra Ana Paula por crime de LGBTfobia. “A pastora ao associar o HIV à comunidade LGBTI comete o mesmo equívoco daqueles que quiseram ligar a pandemia do coronavírus à China. É crime, vamos representá-la por LGBTFOBIA, nos termos da decisão do STF”, disse o advogado e coordenador da entidade, Marcel Jeronymo, em entrevista à revista Carta Capital.

Em maio de 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) enquadrou a homotransfobia na Lei de Racismo, que possui penalidade de 1 a 5 anos de prisão. A decisão do STF julgou o Poder Legislativo como omisso em relação a votar uma lei específica para a proteção da comunidade LGBTI+.

 


Estatísticas

De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV/AIDS do Ministério da Saúde, atualizado em dezembro de 2019, 248.520 brasileiros contraíram o vírus HIV entre 2007 e 2019 através de relações sexuais.

Do sexo masculino, 88.426 são homossexuais, 16.588 são bissexuais e 64.390 são heterossexuais. Do sexo feminino, 79.116 são heterossexuais. No total, no período de registro oficial (2007 a 2019), 105.014 dos que contraíram HIV através do sexo são homens que fazem sexo com homens e 143.506 são heterossexuais. Em proporção, o Ministério da Saúde calcula que 57,74% dos infectados no período de tempo são pessoas heterossexuais.

 




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