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Nasa identifica anomalia no campo magnético da Terra; falha pode prejudicar satélites

Campo magnético terrestre funciona como escudo contra partículas solares, que podem danificar componentes importantes de satélites, além de computadores de bordo

Cientistas da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa, na sigla em inglês) identificaram uma anomalia no campo magnético da Terra bem acima da América do Sul e do sul do oceano Atlântico. Nomeada de Anomalia do Atlântico Sul, ou SAA, a falha - parecida com uma pequena cavidade - pode causar alguns estragos aos satélites que passam pelo local.

Isso porque o campo magnético da Terra funciona como um escudo protetor ao redor do planeta, “repelindo e prendendo as partículas carregadas do Sol”, explica nota da Nasa. Sem a proteção do campo magnético, a radiação dessas partículas solares pode interferir na coleta de dados dos satélites e derrubar computadores de bordo. Assim, com o ponto “excepcionalmente” fraco do campo na América do Sul e no sul do Oceano Atlântico, cientistas estão atentos aos satélites que viajam pelo local.

“Atualmente, o SAA não cria impactos visíveis na vida diária na superfície. No entanto, observações e previsões recentes mostram que a região está se expandindo para o oeste e continuando a enfraquecer em intensidade”, divulga a Nasa. Além disso, a falha está se dividindo em dois lóbulos, o que cria mais desafios para missões de satélite.

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 De acordo com a Nasa, a anomalia surge da inclinação do eixo magnético terrestre e do fluxo de metais derretidos no núcleo da Terra
De acordo com a Nasa, a anomalia surge da inclinação do eixo magnético terrestre e do fluxo de metais derretidos no núcleo da Terra (Foto: NASA Goddard / Tom Bridgman)


Pela fraqueza em termos de proteção contra partículas solares, ficou perigoso para os satélites viajarem pelo SAA. Quando as máquinas são atingidas por cargas de alta energia, elas podem entrar em curto circuito e causar danos permanentes, caso partes importantes do satélite forem atingidas.

Por isso, os operadores já estão desligando os componentes não essenciais dos satélites enquanto passam pela anomalia. Em alguns casos, como para o Ionospheric Connection Explorer da Nasa, os controladores mantêm atenção constante à posição do satélite em relação ao SAA, por viajar regularmente pela região.

Origem da anomalia

De acordo com a Nasa, a anomalia surge da inclinação do eixo magnético terrestre e do fluxo de metais derretidos no núcleo da Terra. Como o núcleo terrestre é rico em ferro e está em constante movimento, ele funciona como um gerador de energia elétrica, chamado geodínamo, que é responsável pela produção do campo magnético.

Mas o campo magnético não está perfeitamente alinhado ao núcleo do globo, fazendo com que o movimento do núcleo mude ao longo do tempo. “Esses processos dinâmicos no núcleo se propagam para o campo magnético ao redor do planeta, gerando o SAA e outras características no ambiente próximo à Terra”, explica a agência espacial.

Assista ao vídeo da Nasa que ilustra, em inglês, o surgimento e impacto da anomalia:


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