Manifestantes criam "zona autônoma" em Seattle, nos Estados Unidos
A zona, que compreende alguns quarteirões, foi estabelecida após concessão da polícia. Os manifestantes defendem que o local promova discussões sobre a justiça racialManifestantes criaram uma “zona autônoma” na cidade de Seattle, nos Estados Unidos. Após enfrentar cada vez mais resistência quando ia dispersar protestos, a polícia de Seattle resolveu fazer uma concessão: fechou uma delegacia no bairro de Capitol Hill e deixou que os manifestantes tivessem controle de uma área nas proximidades. As informações são do New York Times.
When police retreated from Seattle’s Capitol Hill, some people expected chaos.
— Joshua Potash (@JoshuaPotash) June 10, 2020
Instead the new autonomous zone has speeches, free food, and people helping one another.
Here’s a look inside the Capital Hill Autonomous Zone #CHAZ
pic.twitter.com/ksByr5bTDg
Seja assinante O POVO+
Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.
AssineA comunidade, que vive no local sem a presença de polícia, usou barricadas para delimitar a área, autoproclamada como “Zona Autônoma de Capitol Hill”. A ideia, segundo os manifestantes, é que a área seja um espaço para a justiça racial, que motivou o início dos protestos no país norte-americano com a morte de George Floyd.
Com acordo tácito com as autoridades públicas, a área tem dado espaço para que as pessoas possam se expressar artisticamente. Na última quarta-feira, por exemplo, crianças fizeram desenhos com giz de cera no meio da rua. No noite do dia anterior, os manifestantes se reuniram para assistir o documentário “A 13ª Emenda”, que trata sobre o impacto da Justiça sobre os afro-americanos do País.
Leia Mais | Plínio Bortolotti: EUA e Brasil de precisam de uma nova polícia
Na área designada, os manifestantes determinaram um quarteirão para fumantes e outro para receber uma estação médica. Em outro espaço, as pessoas podem pegar alimentos gratuitamente, embora no mesmo local exista um estande para vender cachorro quentes, por U$ 6 cada.
Em um aceno de paz, o chefe do Corpo de Bombeiros da cidade, Harold Scoggins, esteve no local na quarta-feira para conversar com os manifestantes e garantir que eles tivessem banheiros químicos no local e acesso aos serviços sanitários da cidade. Scoggins ainda iniciou um diálogo para que o contato dos manifestantes com a polícia seja retomado.
Radical Left Governor @JayInslee and the Mayor of Seattle are being taunted and played at a level that our great Country has never seen before. Take back your city NOW. If you don’t do it, I will. This is not a game. These ugly Anarchists must be stooped IMMEDIATELY. MOVE FAST!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) June 11, 2020
O presidente Donald Trump reagiu violentamente, através de suas redes sociais, contra os manifestantes. Ele disse que o governador e a prefeita da localidade deveriam retomar a área. “Se vocês não fizerem isso, eu vou fazer. Isso não é um jogo. Esses anarquistas devem ser parados imediatamente”, disse. A prefeita da cidade, Jenny Durkan, respondeu: “Deixe-nos seguros. Volte para o seu bunker”.
A perspectiva para duração da zona é distinta para os manifestantes. Alguns defendem que as barreiras sejam mantidas por algumas semanas, período em que o governo terá agido para cumprir suas demandas. Mas para outros, a ideia é que a área deve ser fixada permanentemente, por meio de um processo legal.
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente