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Umidade de respiração humana está deteriorando o quadro expressionista "O grito", de Edvard Munch

O pintor utilizou uma tinta amarela impura, que desbota com altos níveis de umidade

Muito provavelmente você já viu o quadro O grito (1910) por aí. Seja em livros escolares ou pela internet, seja até por adaptações e obras inspiradas. O fato é que O grito, do norueguês Edvard Munch, é uma obra prima do expressionismo e já passou por poucas e boas, inclusive um roubo em 2004 - motivo pelo qual a pintura ficou desaparecida por dois anos.

Agora, pesquisadores desvendaram uma das razões para a obra centenária estar se deteriorando: a umidade da respiração humana. Isso porque Munch parece ter utilizado acidentalmente uma tinta amarela impura, à base de sulfeto de cádmio, presente também em obras contemporâneas de Henri Matisse, Vincent van Gogh e James Ensor.

De acordo com o estudo, o sulfeto de cádmio original se transforma em sulfato de cádmio ao entrar em contato com compostos de cloreto em condições de alta umidade. Em entrevista ao jornal inglês The Guardian, um dos pesquisadores da equipe, Koen Janssens, explicou que quando as pessoas respiram, elas “produzem umidade e exalam cloretos”. Por isso, o ideal é manter a distância ao admirar as pinturas em museus.

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A descoberta faz com que o Museu Munch precise rever as condições de armazenamento e exibição das obras, para garantir que todas continuem bem preservadas, explica a conservadora de pinturas da instituição, Eva Storevik Tveit. “Hoje, o Museu Munch armazena e exibe obras de arte de Edvard Munch a uma umidade relativa de cerca de 50% e a uma temperatura de cerca de 20 °C. Essas condições ambientais também se aplicarão ao novo Museu Munch, a ser inaugurado na primavera de 2020”, diz.

Sobre a obra

O grito está entre as pinturas mais famosas da era moderna. A imagem é interpretada como a representação da ansiedade e angústia mental, sensações descritas como muito presentes na vida de Edvard Munch.

Existem várias versões, únicas, do quadro: duas pinturas, dois pastéis, várias gravuras litográficas e alguns desenhos e esboços. As duas versões mais conhecidas são as pinturas que Munch criou em 1893 e 1910. O grito se encaixa no movimento artístico Expressionismo, que surgiu como oposição a uma tendência do início do século XX de priorizar a técnica aos sentimentos nas pinturas.

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