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Médicos espanhóis homenageiam quase 50 colegas que faleceram de COVID-19

Com um minuto de silêncio, os médicos espanhóis prestaram homenagem nesta quinta-feira, 14, a seus quase 50 colegas que morreram pela pandemia de coronavírus
14:21 | Mai. 14, 2020
Autor AFP
Tipo Notícia

Com um minuto de silêncio, os médicos espanhóis prestaram homenagem nesta quinta-feira, 14, a seus quase 50 colegas que morreram pela pandemia de coronavírus, que segundo o governo já infectou mais de 50.000 profissionais da saúde.

De acordo com o Ministério da Saúde, a Espanha tem, até o momento, 50.088 profissionais da área infectados, ou seja, 24% dos quase 230.000 casos confirmados desde o início da epidemia.

Em comunicado divulgado na segunda-feira, a associação médica também indicou que "pelo menos 48 médicos morreram de coronavírus na Espanha nas últimas semanas, a maioria deles em contato com pacientes infectados".

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Os profissionais da saúde dizem que a Espanha sofre neste setor uma das maiores taxas de infecção.

Em homenagem aos colegas falecidos, eles observaram um minuto de silêncio às portas de hospitais e clínicas, com seus trajes e máscaras na boca.

Em frente ao hospital La Paz de Madri, havia cerca de 30, que desafiaram a chuva com uma faixa com os nomes dos mortos, constatou a AFPTV.

"Mal consigo falar. Ao ler a lista (de falecidos) tenho que parar, porque conheço muitos deles", explicou Ana Giménez, médica de setor de emergência do hospital Infanta Leonor em Madri e membro do sindicato Amyts.

A transmissão da doença dos pacientes para os profissionais, acrescentou, foi séria "no início da epidemia, quando não sabíamos que o vírus já estava nas ruas".

A exposição foi generalizada, explicou, já que "quando o tsunami de doentes chegou aos hospitais", em março e no início de abril, "praticamente todos os médicos de todas as categorias tiveram que se mobilizar para combater o vírus", que saturou inúmeras emergências.

Os profissionais da saúde dizem que a Espanha sofre neste setor uma das maiores taxas de infecção.
Os profissionais da saúde dizem que a Espanha sofre neste setor uma das maiores taxas de infecção. (Foto: Gabriel Bouys / AFP)

 Situação agravada, segundo ela, pelos escassos meios de proteção que os profissionais tiveram no início da epidemia, questão que provocou inúmeras críticas às autoridades de saúde.

"Parece-nos que tudo isso está intimamente ligado à falta de medidas de proteção desde o início da pandemia, com má administração e com pouco planejamento prévio", disse Gabriel del Pozo, médico de família e secretário-geral da confederação estadual de sindicatos médicos.

"Continuamos com problemas em termos de equipamentos de proteção, e é provavelmente por isso que a Espanha registra piores números do que outros países da UE", acrescentou.

Segundo o Ministério da Saúde, a Espanha contabiliza 27.321 mortes até o momento, 217 a mais nas últimas 24 horas.

O balanço representa um aumento em relação a quarta-feira e excede as 200 mortes por dia pela primeira vez desde a última sexta-feira, mas inclui um número particularmente grande na região da Catalunha, 131 mortes.


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