Trump briga com repórter de ascendência chinesa e encerra coletiva
Presidente norte-americano ficou irritado ao ser confrontado pela repórter Wijia Jiang, que recebeu apoio de colegas na coletiva, que insistiram na pergunta da qual Trump tentava desviar
O presidente norte-americano, Donald Trump, encerrou abruptamente nesta segunda-feira, 11, a coletiva de imprensa diária sobre o enfrentamento do novo coronavírus no país, após se envolver em uma áspera discussão com uma repórter americana de origem asiática.
Weijia Jiang, repórter da CBS News, perguntou a Trump porque ele continuava a insistir em que os Estados Unidos estavam se saindo melhor do que outros países nas testagens do coronavírus. "Por que isso importa?", perguntou a jornalista. "Por que isto é uma competição mundial quando, todos os dias, americanos ainda estão perdendo suas vidas?".
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"Estão perdendo vidas em todas as partes do mundo", reagiu Trump. "E talvez esta seja uma pergunta que você deveria fazer à China. Não me pergunte, faça esta pergunta à China, OK?"
Jiang, que se identifica em seu perfil do Twitter como uma "oeste-virginiana nascida na China", retrucou. "Senhor, por que está dizendo isso a mim especificamente?", perguntou, sugerindo que se devia à sua raça.
"Estou dizendo a todo aquele que fizer uma pergunta maldosa como esta", respondeu Trump.
Quando tentou passar para outro repórter, Jiang continuou a pressioná-lo por uma resposta. Trump chamou outra jornalista, mas imediatamente se dirigiu a uma terceira.
Quando as mulheres tentaram lhe fazer a pergunta da colega asiática, Trump abruptamente encerrou a coletiva e voltou para a Casa Branca.
As reações de apoio a Jiang apareceram rapidamente na Internet e a hashtag #StandWithWeijiaJiang (Apoie Weijia Jiang, em tradução livre) se tornou rapidamente um dos assuntos mais comentados no Twitter, recebendo a adesão de personalidades como o ator de Star Trek e ativista asiático-americano George Takei.
Trump, que nunca omitiu a irritação com a imprensa, costuma ter atritos com jornalistas durante suas coletivas sobre o coronavírus.
Mais de 80 mil pessoas morreram nos Estados Unidos na pandemia do novo coronavírus, com mais de 1,3 milhão de infectados, segundo os números mais recentes desta segunda-feira, 11, da Universidade Johns Hopkins.
O número de mortos e confirmações nos Estados Unidos é, de longe, o maior de um único país por Covid-19 em todo o mundo. Em comparação, os segundos colocados nos dois quesitos são Reino Unido e Espanha, com 32.141 óbitos e 227.436 casos, respectivamente, também segundo a Johns Hopkins. Sob o mesmo banco de dados, o Brasil é hoje o oitavo em confirmações (169.143) e sexto em mortes (11.625).
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